
A Prefeitura de Salvador iniciou a oferta gratuita do Implante Subdérmico de Etonogestrel (Implanon) em 19 unidades de saúde da capital. O método, classificado como um Contraceptivo Reversível de Longa Duração (LARC, na sigla em inglês), tem eficácia superior à pílula e aos injetáveis, com duração de até três anos.
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Nesta primeira fase, o serviço está disponível para públicos prioritários, entre eles pessoas em situação de rua, privadas de liberdade, adolescentes e jovens adultas, pessoas com deficiência, pacientes com transtornos mentais, homens trans, pessoas não-binárias designadas mulheres ao nascer, além de profissionais do sexo. Também podem ter acesso mulheres com comorbidades, multíparas ou em puerpério de alto risco.
Segundo a ginecologista e obstetra Fernanda Torino, o Implanon se destaca por não depender da adesão diária da paciente. “É um dos métodos mais seguros, porque não existe falha de uso. Uma vez colocado, o implante garante proteção por três anos”, explicou.
Na rede particular, o dispositivo custa entre R$ 2 mil e R$ 4 mil. Já no SUS, ele passa a integrar a lista de métodos contraceptivos, ao lado do DIU de cobre, preservativos, pílulas e injetáveis, além de procedimentos como laqueadura e vasectomia.
Entre os principais efeitos colaterais relatados estão alterações no ciclo menstrual, dor de cabeça, acne e sensibilidade nas mamas. Estima-se que até 40% das usuárias parem de menstruar durante o uso. Nos primeiros meses, é comum haver sangramento irregular, mas com tendência de redução ao longo do tempo.
A ginecologista Jaqueline do Espírito Santo Neves ressalta que as contraindicações são raras. “O implante não é indicado em casos de gravidez, tumores hepáticos, câncer de mama ligado ao uso de hormônio, sangramentos intensos após a inserção e alergia ao material. Fora isso, ele é um método muito eficaz, especialmente para adolescentes e jovens, já que ajuda a evitar uma gravidez precoce que pode comprometer seus projetos de vida”, destacou.

Para ter acesso ao serviço, é necessário apresentar documento oficial com foto, Cartão SUS e comprovante de residência em Salvador. Os interessados passarão por avaliação médica e, caso se enquadrem nos critérios, serão encaminhados para o agendamento da implantação.
De acordo com a ginecologista Ivone Nascimento, o método também pode ser benéfico para mulheres com endometriose, já que a progesterona ajuda a controlar os sintomas da doença. “Muitas pacientes também relatam como vantagem a ausência de menstruação, que não traz riscos e pode melhorar a qualidade de vida”, explicou.
Com a iniciativa, Salvador se junta a outras capitais brasileiras que ampliam o acesso a métodos contraceptivos de longa duração, fortalecendo as políticas públicas de saúde sexual e reprodutiva. Para mais dicas de saúde e conteúdos voltados à saúde da mulher, acompanhe o perfil da ginecologista no Instagram: @drajaqueneves.
*Sob supervisão do editor Anderson Orrico