O vírus Mpox, conhecido como varíola do macaco, voltou a chamar a atenção nesta quarta-feira (14), depois que a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a doença como uma emergência de saúde global.
A decisão foi tomada depois do aumento expressivo de casos e de mortes causadas por uma nova variante da doença, a 1b, que está circulando especialmente na República Democrática do Congo (RDC), no continente africano.
Na Bahia, foram confirmados 38 casos em 2024, sendo 21 deles na cidade de Salvador. Em entrevista ao Portal MASSA!, a infectologista Clarissa Cerqueira respondeu dúvidas que podem surgir sobre a doença.
Quais são os sintomas e como eles se diferenciam de outras doenças?
A Mpox é caracterizada por sintomas como febre, dor de cabeça, dor no corpo, inchaço na região dos gânglios, o mais característico são as lesões de pele. Elas geralmente começam no rosto e vão se espalhando por outras partes do corpo, como a palma das mãos e as plantas dos pés.
A principal diferença para as outras doenças infecciosas, como a catapora e o sarampo, são as evoluções nas lesões. No sarampo, a gente observa uma pessoa que tem lesões em diferentes estágios ao mesmo tempo. Na Mpox todas estão no mesmo estágio evolutivo ao mesmo tempo.
Como é feita a transmissão?
Ela é transmitida principalmente através do contato direto com secreções em lesões na pele. Pode acontecer por gotícula respiratória nos casos em que o paciente apresenta lesão na cavidade oral, e também através de superfícies contaminadas e objetos de uso pessoal, como roupas de cama que tiveram contato com essa secreção.
Como evitar a propagação?
A medida mais eficaz para evitar a propagação seria isolamento, então quem está doente tem que ficar isolado, higienizar as mãos, higienizar os objetos e superfícies.
Existem vacinas?
A gente tem disponível no SUS a Jynneos, que é indicada para pessoas com risco de exposição aumentado da Mpox. Ela é indicada para profissionais de saúde que manipulam esses líquidos corporais e que fazem os testes, além de pessoas de áreas endêmicas.
Quais são os tratamentos indicados para a doença?
O tratamento é feito com o Tecovirimate, que é um antiviral, mas a gente acaba que não usa, porque não precisa. É uma doença que se resolve espontaneamente, em torno de umas duas a quatro semanas.
Só em casos bem graves, por exemplo, em pacientes imunossuprimidos, que o uso do antiviral é avaliado.