Verão, principalmente na Bahia, é sinônimo de diversão redobrada. Praia é o que não falta, festas também não. Mas quem imaginaria que uma das estações mais esperadas do ano pode ser responsável pela maior causa de mortes do Brasil? É real. O verão pode aumentar em cerca de 10% os riscos de infarto agudo do miocárdio, também conhecido como ataque cardíaco.
Dados do Ministério da Saúde apontam que, no país, ocorrem de 300 a 400 mil casos anuais de infarto, sendo que a cada 5 a 7 casos, uma pessoa morre. E a relação entre o verão e essa condição médica está no aumento da temperatura que, a depender do grau, pode gerar uma série de reações ao corpo, levando ao infarto.
A desidratação – muito comum no verão - é apontada por ele como uma das principais causas, já que ela reduz a quantidade de sangue circulante, fazendo com que o coração tenha que trabalhar mais para manter a pressão arterial estável. Nesse caso, o corpo perde líquidos, o sangue se torna mais grosso e isso eleva a pressão arterial e sobrecarrega o coração.
O médico cardiologista Marcelo Pedro explica como isso acontece, qual o público mais vulnerável e como reduzir as chances de sofrer um ataque cardíaco, principalmente durante essa estação do ano.
“Temperaturas acima de 32 graus aumentam o risco de infarto e de hospitalizações, principalmente, em idosos e pessoas com comorbidade, ou seja, pessoas com hipertensão, diabetes, dislipidemia, que é o colesterol mais alto. Isso é bem comum nesses tipos de pessoas porque, quando se está no verão, num calor muito excessivo, o corpo tende a perder mais líquido. Por isso é muito importante que a hidratação gire em torno de 35 ml a cada quilo. Quando fica desidratado, o corpo tem que compensar essa questão, e aí, o coração começa a bater mais rápido. O coração batendo mais rápido exige mais dele mesmo”, detalhou o médico.
Médico alerta para sintomas
O infarto pode apresentar sinais, por isso, o médico pede que fique atento aos sintomas.
O infarto agudo do miocárdio acontece quando ocorre a morte de células do músculo do coração devido a formação de coágulos que interrompem o fluxo sanguíneo de forma súbita e intensa.
“Os sinais de alerta são dor no peito, não é uma dor espalhada, não é uma dor em um ponto fixo. A dor é em queimação ou uma dor em aperto que pode irradiar. Ela pode ir para o braço, principalmente na parte anterior do braço, para mandíbula, para o pescoço. Podem estar associados a náuseas e aquele suor frio. Geralmente essa dor dura cerca de 10 minutos. Caso persista por mais tempo que isso, deve procurar um pronto atendimento”, alertou.