
Um equipamento tecnológico no formato de um astronauta tem contribuído para a recuperação de crianças que estão em tratamento no Hospital Ortopédico do Estado da Bahia (HOEB), no bairro do Cabula, em Salvador. Trata-se de robôs que, ao serem conectados na energia, projetam imagens de céus coloridos e estrelados em paredes da unidade de saúde.
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De acordo com a ortopedista pediátrica Renata Lago, a iniciativa ajuda a tratar a insônia que, consequentemente, melhora a qualidade do sono dos pacientes.

"A base principal do tratamento da insônia é a chamada higiene do sono, que são medidas ambientais como ambiente calmo, com baixa luminosidade. Quando a pessoa está no hospital, independente do diagnóstico, ela está ali sob estresse, seja por causa do tratamento ou porque tem luminosidade e barulho o tempo inteiro. Então, todas essas coisas levam o sono a ser um problema, independente da idade ou do diagnóstico. Em crianças e em idosos isso costuma ser pior porque esses pacientes têm maior sensibilidade a essas alterações de sono", disse.

Os robôs, que já se tornaram companheiros de muitas crianças que estão hospitalizadas no HOEB, percorrem as Unidades de Terapia Intensiva (UTI), enfermarias, centros cirúrgicos e outras áreas do hospital que é administrado pelo Einstein.
"Muitas vezes é preciso lançar mão de medicamentos, mas a gente deve evitá-los. Então, buscando exatamente essa questão, existe esse robozinho, que, na verdade, é um aparelho que emite luzes num determinado comprimento de onda. Essas ondas estão associadas a bem-estar, relaxamento. É uma forma de tentar trazer um pouco da chamada de higiene e do sono para o ambiente hospitalar, onde a gente sabe que, realmente, muitas vezes, não conseguimos dar o conforto térmico, o conforto luminoso e sonoro ideais para o paciente", completou a profissional.

Vanessa Prates de Souza é mãe da pequena Emile, 8 anos, que está hospitalizada para fazer um procedimento cirúrgico nas pernas. Ao MASSA!, Vanessa contou como foi a experiência da filha com o equipamento. "Emile é uma criança um pouco agitada, sempre pede para usar o celular, mas, quando apareceu o robozinho na sala, ela deixou o celular de lado, ficou com o robô e rapidinho pegou no sono. Ela nunca dormiu tão rápido".

Quem também ficou encantado com os efeitos do aparato tecnológico foi Heitor Cordeiro, 8 anos. O garotinho reside na cidade de Paulo Afonso, mas veio à capital baiana para realizar uma cirurgia de correção do quadril no Hospital Ortopédico do Estado da Bahia.
"Esses aparelhos também têm sido bastante difundidos no controle de exposição da tela. Eles são divertidos, são lúdicos e têm uma utilidade importante para reduzir o contato com as telas", destacou a ortopedista pediátrica.
