Com a proposta de buscar por um tratamento menos invasivo e com menores possibilidades de reações adversas para pacientes com câncer de próstata, um programa está recrutando voluntários para participar de um estudo.
A iniciativa é do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS), em parceria com o Ministério da Saúde, e começou no ano passado.
Como explica Jeziel Basso, médico oncologista no Hospital Moinhos de Vento, condutor do projeto, a iniciativa vai coletar dados.
“Serão avaliados os dados clínicos, de exames de imagem e patológicos, qualidade de vida, diferenças étnico-raciais e a evolução ao longo do tempo dos pacientes”, aponta.
A partir da análise desses dados, o objetivo é diminuir em até 50% o número de intervenções por prostatectomias (retirada da próstata) e/ou radioterapia em pacientes com câncer de próstata de nível favorável.
Na Bahia, o estudo será conduzido no Hospital Santa Izabel, “devido a alta qualidade técnica” e “capacidade de acompanhamento pela estratégia de vigilância ativa”, como aponta Jeziel.
Os interessados em participar do estudo, além de interesse,precisam ter entre 18 e 78 anos; diagnóstico de adenocarcinoma de próstata realizado nos últimos 12 meses; toque retal com doença localizada; exame de PSA menor que 10 ng/ml; e biópsia prostática com Escore de Gleason menor ou igual a 6.
O paciente interessado deve procurar o Hospital Santa Izabel para uma avaliação.
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De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), em 2022, o tipo de câncer de maior incidência entre os homens (considerando a localização primária do tumor) é o de próstata. Foram 71.730 novos casos registrados no ano passado, representando 30% dos diagnósticos totais entre o sexo masculino. Nesse cenário, o estudo quer reduzir as intervenções desnecessárias e minimizar eventos adversos e sequelas dos tratamentos, promovendo o que se chama de vigilância ativa para aqueles pacientes que não apresentam risco de progressão da doença, adiando, o máximo possível, os tratamentos mais invasivos, como a retirada da próstata ou a radioterapia.