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Saúde - 24/09/2025, 06:15 - Madson Souza / A Tarde

Pressão 12 por 8 agora é um pouco barril; entenda nova regra

Sociedade Brasileira de Cardiologia fez reclassificação

Engenheiro clínico Cláudio Almeida
Engenheiro clínico Cláudio Almeida |  Foto: Uendel Galter/Ag. A TARDE

O engenheiro clínico Cláudio Almeida, de 52 anos, sempre se considerou “o cara” por ter a pressão 12 por 8, mas agora o número é visto como indicativo de pré-hipertensão e motivo de atenção.

A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e outras organizações científicas da área foram as responsáveis pela reclassificação do 12 por 8 e passaram a indicar mudanças de rotina dos que possuem essa pressão arterial para evitar a hipertensão e suas decorrências para a saúde.

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A médica cardiologista e coordenadora do serviço de cardiologia do Hospital Mater Dei, em Salvador, Mariana Andrade, pontua que a nova interpretação dos órgãos de saúde não é motivo de pânico para quem tem a pressão 12 por 8.

“Não tem motivo para desespero. Isso é uma alerta para que a gente mais precocemente passe a prestar atenção aos níveis de pressão arterial e passe a instituir medidas que evitem a hipertensão arterial e suas complicações”.

O novo entendimento é de que o ideal é uma pressão arterial menor que 12 por 8, enquanto entre 12 por 8 e 14 por 9 é considerada pré-hipertensão, já valores iguais ou maiores a 14 por 9 são diagnósticos de hipertensão arterial, indica Mariana.

“Temos estudos que acompanham populações com níveis de pressão arterial e avaliam o risco cardiovascular e de complicações relacionadas à pressão arterial. Então temos visto que pessoas com níveis de pressão próximas a 12 por 8 já começam a ter um aumento do nível do risco cardiovascular. Por isso ano passado a sociedade europeia e esse ano a diretriz brasileira colocaram como normal a pressão arterial menor que 12 por 8”.

O novo olhar sobre a pressão arterial gerou preocupação para Cláudio, que sempre brincou, inclusive, que quando os equipamentos com que trabalha estão funcionando está tudo 12 por 8. Ele já busca novos hábitos para sua saúde. “Estou no limiar, no 12 por 8, obviamente começa a preocupar. Então vem mais cuidados, alimentação também. Aquelas promessas de fim de ano de fazer exercício agora vem mais do que nunca. Com essa informação vou passar a ir na academia umas quatro vezes por semana. Hoje mesmo o almoço já foi mais salada que outra coisa”, conta.

Cuidados e riscos

A indicação é essa mesma, segundo Mariana. Para os pré-hipertensos ainda não há necessidade de medicamentos, a recomendação é para uma mudança de vida com foco em evitar a hipertensão.

Ela sugere ações para adotar um estilo de vida saudável, com a prática de atividade física regular, manutenção do peso dentro de uma faixa adequada, evitar consumo excessivo de sal, de álcool, reduzir o estresse crônico e cuidar do sono.

Se os quadros de pré-hipertensão não forem tratados de forma correta podem levar a hipertensão, que sobrecarrega todo o sistema vascular e os órgãos ligados a ele.

Ou seja, coração, rins, cérebro e a visão são impactados e podem perder seu funcionamento. A hipertensão pode levar ao infarto, ao AVC, à doença renal, problemas de visão, derrame e outras complicações que podem culminar com a morte.A população que é mais acometida por hipertensão arterial são os adultos, não por isso os jovens são imunes à enfermidade. Quanto maior a idade, maior a chance de se desenvolver a doença, ressalta a médica cardiologista.

Quadro em Salvador

Salvador é a 4ª capital do país com maiores taxas de hipertensão arterial entre adultos, segundo dados de 2023 do Ministério da Saúde (MS). A taxa da cidade baiana é de 29,4% de adultos que confirmaram o diagnóstico médico durante o levantamento - número superado apenas por Rio de Janeiro (34,4%), Porto Alegre (33,0%) e Recife (32,6%).

Com dados de 2023, o MS identificou que cerca de 30% dos brasileiros convivem com a enfermidade. A Secretária de Saúde da Bahia (Sesab) não possui dados consolidados sobre a doença no estado, porque não há uma obrigação legal de reportação das ocorrências..

O diretor da Sociedade Brasileira de Cardiologia - secção Bahia (SBC - BA), e diretor da Associação Bahiana de Medicina (ABM), Marcos Barojas, ressalta a importância da mudança da interpretação do 12 por 8 para o cuidado dos pacientes. “É uma doença grave e de fácil medição, mas é muito difícil controlar a pressão, evitar que as pessoas tenham complicações. Diagnosticar, tratar e evitar complicações é o nosso objetivo”, afirma.

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