Uma pesquisa realizada no Brasil revelou que cerca de 30% dos responsáveis por crianças já pensaram em não vacinar seus filhos, o que tem sido causado principalmente pela falta de informação sobre imunização e pela desinformação por meio de notícias falsas. O estudo, conduzido pelo NetLab, do Laboratório de Pesquisas da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, contou com mais de 1,5 milhão de notícias falsas sobre vacinas publicadas e compartilhadas em redes sociais entre fevereiro e março deste ano.
A campanha "Mais que um palpite", promovida pela Sociedade Brasileira de Pediatria, busca reverter esses números e elucidar conhecimentos populares equivocados sobre saúde infantil, como "leite é tudo igual" e "se ficar no sereno vai pegar pneumonia". A iniciativa procura informar os pais de maneira correta e incentivá-los a não seguir conselhos médicos de não especialistas, mas sim buscar atendimento com médicos pediatras.
A falta de informação e a disseminação de notícias falsas sobre vacinas têm sido um dos principais fatores que influenciam na hesitação de pais em vacinar seus filhos. Muitas das publicações falsas são emitidas com o intuito de desacreditar a eficácia das vacinas, contando com narrativas a respeito da imunização natural, efeitos colaterais e falsos estudos internacionais. Teorias de conspiração de controle populacional também são veiculadas.
De acordo com Maria Santine, responsável pelo estudo do NetLab, a maioria desses conteúdos é divulgada em sites caça-cliques, religiosos e blogs conspiracionistas. As redes sociais, como o Whatsapp, Telegram, Instagram, Facebook, Twitter e Tik Tok, são os principais veículos de compartilhamento dessas notícias falsas.