Causa de mais de seis milhões de mortes no mundo, mais de 700 mil delas no Brasil, a Covid-19 não é mais parte de uma pandemia, definiu a Organização Mundial da Saúde (OMS). O fim do estado de emergência da doença foi divulgado pelo diretor-geral do órgão, Tedros Adhanom Ghebreyesus, nesta sexta-feira (5).
“Eu aceitei esse conselho. É, portanto, com grande esperança, que declaro o fim da Covid-19 como uma emergência de saúde global”, disse o diretor-geral da OMS após a 15ª Reunião do Comitê de Emergência para Covid-19.
Ele calcula que a pandemia deixou “pelo menos 20 milhões” de mortos, quase três vezes mais do que o balanço oficial de sua organização. Em 3 de maio, o quadro de indicadores da OMS mostrava pouco menos de sete milhões de mortes registradas oficialmente.
O fim do estado de emergência, iniciada no início do ano de 2020, era pleiteada por pessoas próximas a Tedros. Os especialistas ouvidos pelo diretor-geral consideraram "que é o momento de passar para uma gestão a longo prazo da pandemia de covid-19", apesar das incertezas que subsistem sobre a evolução do vírus.
O nível máximo de alerta da organização foi declarado em 30 de janeiro de 2020, poucas semanas após a detecção na China dos primeiros casos da doença viral respiratória contra a qual não havia tratamento específico na época.
No entanto, de acordo com a OMS, embora a covid-19 não seja mais uma emergência sanitária mundial, a doença não desapareceu. “Não podemos baixar a guarda”, frisou a diretora técnica da OMS para a covid-19, Maria Van Kerkhove, em declarações à imprensa. “A fase de emergência acabou, mas a Covid, não”, frisou.