
Patrícia Ramos, Virginia Fonseca e Bella Angell, além de estarem na mídia, sabe o que mais elas têm em comum? Todas fizeram cirurgias plásticas antes dos 25 anos. A procura de procedimentos estéticos por parte de jovens e adolescentes vêm aumentando muito. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), em 2016 foram realizadas 66 mil cirurgias estéticas nos EUA, já no Brasil esse número chegou a 90 mil.

Para saber mais detalhes e os riscos de procedimentos invasivos em pessoas tão jovens, o Portal MASSA! conversou com especialistas. Confira a matéria completa:
O cirurgião plástico Paulo Sanjuan afirmou que esse crescimento tem sido visto em seu consultório onde atua. Ele acredita que o acesso à informação tem motivado a procura. “É uma faixa etária que atendemos com frequência, mas que abrange apenas cerca 5% dos nossos pacientes”.
Segundo o médico, mesmo sem uma idade mínima recomendada para os procedimentos, há uma necessidade de respeitar o amadurecimento do corpo. “A SBCP não define uma idade mínima rígida, mas recomenda que a cirurgia só ocorra quando o desenvolvimento corporal estiver completo”.

Doutor Paulo fez questão de destacar que os procedimentos estéticos carregam riscos como quaisquer outras cirurgias. “Sempre existem os riscos inerentes a qualquer cirurgia, e por isso um bom profissional junto com uma boa indicação cirúrgica é fundamental. O paciente deve está maduro o suficiente para que consiga assimilar uma cirurgia no seu corpo e suas mudanças. A vontade de fazer a cirurgia deve partir do jovem, além do importante apoio familiar”, ressaltou.
O médico também fez um alerta para quem exagera nos procedimentos e destacou qual faixa etária mais deseja fazer mudanças no corpo.
"É fato que as manipulações ou tratamentos em excessos podem trazer prejuízos, ou modificações no corpo, que impliquem em problemas estruturais, orgânicos e estéticos".
De acordo com um recente estudo da empresa de análise de mercado HSR, que capta tendências de comportamento, 80% das pessoas entre 18 e 25 anos desejam realizar algum procedimento estético”, concluiu Paulo Sanjuan.
Além do físico
A psicóloga Daniela Santos aponta que a busca por procedimentos estéticos está relacionada a diversos fatores. “O contexto que esse jovem está inserido e também conteúdos da internet que esse indivíduo consome. É importante que a rede de apoio esteja atenta e se possível, possa dialogar sobre a vida real e o que é visto nas redes sociais”.
Daniela afirma que atende jovens que se sentem incomodados com a parte estética, mas ela sempre os alerta a conhecerem os próprios corpos antes de partirem para intervenções cirúrgicas. “Sempre falo da importância do desenvolvimento desse corpo, antes de fazer alguns procedimentos e se arrepender. Entender quais motivos levam a realizar essas mudanças e se daqui a algum tempo vai fazer sentido exclusivamente para aquela pessoa”.

A profissional destaca como o acompanhamento psicológico pode fazer diferença na vida desses jovens e adolescentes. “A terapia vai conduzir o paciente a reflexões importantes e mais íntimas. Dentre elas, sobre o que realmente está incomodando, se é algo no corpo ou alguma pressão social. Assim como a terapia vai ajudar no desenvolvimento da autoestima, na importância de não olhar só para o externo, mas também para o interno. Buscar a compressão do que está incomodando e se é necessária uma intervenção estética”, concluiu.