Hoje é o dia mundial de alerta ao diabetes, doença que promete 21,5 milhões de casos no Brasil até 2030. O Novembro Azul também é uma campanha de combate à doença, por isso, Murilo Barreto, oftalmologista da OftalmoDiagnose, alerta para a retinopatia diabética, mal que acomete mais de 140 mil brasileiros diabéticos por ano e pode causar baixa visão ou cegueira. A retinopatia requer cuidados especiais na prevenção à doença e diagnóstico precoce.
De acordo com Murilo, a retinopatia diabética se refere a alterações nos vasos sanguíneos da retina em decorrência das diabetes. A doença provoca o aumento da permeabilidade do vaso e micro oclusão vascular, “ou seja, aquilo que deveria estar só dentro do vaso começa a extravasar, o líquido acumula na retina”, explica. Já na micro oclusão, o sangue e oxigênio não chegam aos vasos sanguíneos, causando isquemia, “as células da retina não funcionam adequadamente por falta de oxigênio. A evolução natural da doença sem tratamento leva ao descolamento da retina que pode provocar a cegueira irreversível”, completa.
Todos os pacientes com diabetes podem ter retinopatia. A doença se manifesta em estágios que vão do mais leve ao mais grave e sem tratamento devem levar a cegueira. Murilo revela que um dos fatores determinantes é o tempo de vida da diabetes e o descontrole da doença. “Se tem um diabetes controlado e faz acompanhamento oftalmológico recomendado, a chance para evoluir para o estágio avançado é muito pequena. Se não faz o controle adequado do diabetes e nem os cuidados oftalmológicos recomendados, a chance de ter comprometimento na visão é muito maior”, alerta.
O oftalmologista afirma ainda que quadros graves exigem um cuidado maior e podem levar a perda completa da visão com danos irreversíveis. Além do controle glicêmico e o tempo do diabetes, outros fatores aumentam as chances de implicações na retina. “A hipertensão arterial, o tabagismo, e outras condições que também provoquem dano vascular podem ajudar a agravar a situação”, informa.
Sintomas mais comuns da retinopatia são “turvação visual, percepção de alguma mancha e baixa acuidade visual (perda da nitidez na visão)”. Porém, os sintomas podem não ser percebidos precocemente, por isso Murilo sinaliza que é recomendado consultar um oftalmologista regularmente para analisar o fundo do olho.
Nesse exame vai ser possível identificar as primeiras manifestações da doença e permitir um tratamento mais adequado. “Alguns tratamentos são a aplicação de laser quando, há isquemia na retina, injeção de medicamentos para tratar o acumulo de líquido, e cirurgia quando há uma hemorragia persistente ou descolamento da retina em estado operável”, descreve.
Apesar da gama de tratamentos possíveis, o doutor ressalta que os procedimentos têm um limite. “Existem estágios que não são mais passíveis de tratamento, a melhor prevenção então é o controle glicêmico e visita regular ao oftalmologista”, completa.