24º Salvador, Bahia
previsao diaria
Facebook Instagram
WHATSAPP
Receba notícias no WhatsApp Entre no grupo do MASSA!
Home / Viver Bem

Aí não pode! - 01/08/2024, 06:10 - Silvânia Nascimento - Atualizado em 01/08/2024, 09:24

Medo e mitos fazem público-alvo se afastar da vacina contra a dengue em Salvador

Crianças e adolescentes, de 10 a 14 anos, estão fugindo da raia

Vacina ajuda a prevenir mais de 80% dos casos gerais de dengue
Vacina ajuda a prevenir mais de 80% dos casos gerais de dengue |  Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

A baixa procura por parte do público-alvo (crianças e adolescentes, de 10 a 14 anos) para tomar a 2ª dose da vacina contra a dengue levou a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Salvador a emitir um alerta para pais e responsáveis destes grupos. Entre janeiro e julho deste ano, na cidade, o órgão computou 802 casos de dengue nessa faixa etária. Enquanto na Bahia, 120 pessoas morreram contaminadas pelo mosquito Aedes aegypti.

A SMS lamenta que, das 224,8 mil pessoas aptas para serem vacinadas, 53,4 mil tomaram a primeira dose e apenas 10 mil retornaram para completar o esquema vacinal. No entanto, a pasta reforça que a vacina é ofertada em qualquer sala de imunização da rede municipal, das 8h às 16h, de segunda a sexta-feira (exceto feriados). Para aqueles que já tomaram a primeira dose, o intervalo para ser imunizado pela segunda é de 90 dias (três meses).

Em muitos dos casos, essa baixa procura está associada aos medos, mitos e receios sobre possíveis efeitos colaterais que podem ser ocasionados pelo imunizante. Quanto a isso, o MASSA! conversou com dois médicos especialistas que esclareceram sobre essa questão.

O infectologista e consultor técnico do Sabin Diagnóstico e Saúde, Claudilson Bastos, pontuou a possibilidade de reações, porém, enfatizou a importância da vacina. "É eficiente, segura, ajuda a prevenir mais de 80% dos casos gerais de dengue e reduz em 90% as hospitalizações. Como qualquer outra vacina, ou até medicação, as pessoas podem ter eventos adversos, né? Uma reação local, dor local da injeção, ou alguma outra reação. Algumas pessoas têm predisposição, alergia ou histórico de reações vacinais. Então, todas essas perguntas são feitas antes da pessoa tomar medicação. E aí, nesse caso, diante das reações que ela possa ter, de modo geral contra indica-se", destacou o médico.

O infectologista Adriano Oliveira também reforçou que a vacina da dengue não é a única a causar efeitos colaterais. "Esse e todos os imunizantes, assim como qualquer medicação, podem ter efeitos colaterais. Dentre as reações constam aumento discreto de temperatura, sensação de indisposição e dor no local da aplicação. Basta aguardar que esses efeitos não costumam passar mais de dois dias. Em geral, dura um dia. Se tiver dor ou febre, basta usar analgésicos e antitérmicos comuns", disse.

Questionado se há grupos mais vulneráveis a terem reações, o infectologista Claudilson destacou que sim. "Essa vacina é uma vacina com vírus vivo atenuado, ou seja, pessoas imunossuprimidas, pessoas que têm tratamento com drogas para câncer, idosos acima de 60 anos, até certo ponto porque não tem estudos ainda mostrando após essa idade, e também crianças abaixo de 4 anos, não podem tomar, assim como gestantes. Então, eu preciso avaliar cada um, porque assim como a vacina do sarampo, da catapora tem vírus vivo atenuado, é da mesma forma as contraindicações para essas populações", alertou .

Rede privada também oferece o imunizante

A vacina Qdenga, que protege contra os quatro tipos do vírus (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4) e pode ser aplicada tanto em pessoas que nunca tiveram dengue como nas que já tiveram a doença, está disponível em unidades da rede privada. Na Sabin Diagnóstico e Saúde, por exemplo, a vacina voltou a ser ofertada para pessoas de 4 a 60 anos.

exclamção leia também