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turbilhão de sentimentos - 21/09/2023, 19:40 - Clara Oliveira - Atualizado em 21/09/2023, 20:03

Intensidade: Psicóloga explica como lidar com o excesso de sentimentos

Saiba como ocorre o excesso de sentimentos e a melhor forma de lidar

Pessoas sofrem diariamente com a forma intensa de se entregar nas relações
Pessoas sofrem diariamente com a forma intensa de se entregar nas relações |  Foto: Divulgação/Freepik

A forma de se conectar e desenvolver sentimentos pelo outro vai de cada ser humano. Em alguns casos, existe a possibilidade de demorar meses até desenvolver uma forte sensação de carinho pelo seu companheiro. Mas, por outro lado, a intensidade que está presente constantemente na vida das pessoas faz com que em um curto espaço de tempo elas se sintam demasiadamente apaixonadas. A exemplo disso, temos o recente caso da cantora Luísa Sonza, que diante do seu breve relacionamento com Chico Moedas, se entregou de corpo e alma.

Visto que a forma intensa de se entregar nos relacionamentos ocorre cotidianamente na vida de inúmeras pessoas, o Portal MASSA! conversou com exclusividade com a psicóloga Marina Mattos, que atua na área da psicologia clínica, para entender sobre essa condição e qual a melhor forma de lidar dcom o excesso de intensidade.

Para a especialista do comportamento humano e da mente, diversos fatores podem levar pessoas a serem intensas ou como chamam popularmente de “emocionadas”. "Essa intensidade está relacionada ao tempo de resposta após um estímulo no ambiente, então se eu preciso agir naquele momento, estou sob pressão ou de alguma maneira não tenho tempo para pensar eu vou agir de acordo ao que sinto somente", iniciou.

Em seguida, Marina Mattos explica como a intensidade pode se desenvolver. “Geralmente a gente tende a responder da maneira que a gente foi aprendendo e funcionou na nossa história de vida, fala sobre como somos validados e sentimos essa validação acontecer vindo dos nossos pares, e não tem uma regra absoluta para isso”.

Vindo ao mundo como uma folha em branca e se desenvolvendo ao longo da jornada de vida, o ser humano aprende sobre a forma de lidar com o turbilhão de sentimentos ao longo do crescimento. Sobre esse ponto, a profissional esclarece se os traumas do passado podem ter ligação com a intensidade.

"Cada pessoa carrega uma história junto com ela, na maioria das vezes respondemos nas nossas relações de acordo com o que aprendemos na vida para continuar sobrevivendo. Algumas pessoas respondem aos seus traumas e se apegam, outras racionalizam, se afastam e não sentem", explica.

"Se apegar a alguém, seja amigos, familiares, relacionamentos amorosos vai depender da troca que essa relação se propões e foi construída, observando sempre que existe uma diferença de intensidade nas relações para comportamentos abusivos, e para identificar precisamos estabelecer os limites dentro das relações que nos propomos".

Excesso de sentimento também acontece em relações com amigos e familiares
Excesso de sentimento também acontece em relações com amigos e familiares | Foto: Divulgação/Freepik

Na ótica de quem sofre constantemente com o apego emocional, uma leitora do Portal Massa!, que não quis ser identificada, conta que na situação em que vive se envolver com outras pessoas intensas faz com que os sentimentos se desenvolvam mais rápido. “As conversas intensas e fazer planejamentos para o futuro com a pessoa que estou me envolvendo, ocasiona isso. Acabo me apegando a esses pensamentos”, explica.

Diante ao fato de que essa intensidade não acontece somente no âmbito amoroso, a jovem conta como ocorre no seu caso. "Acontece no geral, às vezes me apego muito a amizade também, mas não é com tanta frequência, quanto amorosamente” relata.

Em seguida, ela expõe o lado amoroso da sua situação. "Amorosamente acontece sempre. Até em pessoas que nunca vi, me ‘apaixono’. Por exemplo, uma pessoa que vi no tiktok, eu fico obcecada".

Saiba a melhor forma de lidar com o excesso de sentimentos
Saiba a melhor forma de lidar com o excesso de sentimentos | Foto: Divulgação/Freepik

Como entender melhor a forma de lidar com essas situações

Mesmo sem uma receita mágica que faz tudo melhorar do dia para a noite, a pós-graduanda em análise do comportamento clínica pontua possíveis formas de diminuir o risco de sofrimento para as pessoas que se encontram continuamente se entregando de pés à cabeça aos relacionamentos, sendo eles amorosos, familiares ou até mesmo no trabalho.

Comunicação

"Costumo dizer que a construção da comunicação é inimiga da impulsividade, e isso vale tanto para o que você comunica aos outros, quanto ao que você se comunica, nos seus pensamentos, sentimentos e ações. Na psicoterapia uma das nossas intervenções é encontrar junto com cliente os seus valores. Quando você tem os seus valores definidos, você consegue flexibilizar a maneira que se relaciona e reconhece os seus limites", afirma.

Destacando sobre o fato de que cada ser humano sente de uma forma diferente, a profissional esclarece. "Depende de cada pessoa e de como cada um quer construir essa relação, já o tempo, ele é referencial e a forma como cada um lida com ele vai mudar, então nem sempre o que é rápido pra Ana é rápido pro João, o meio-termo disso é construído no diálogo e não na dependência desse outro".

Acolhimento e compreensão

Em função dos inúmeros sentimentos, pensamentos e emoções que cada um lida no dia a dia, é necessário dar brechas para que essas sensações sejam escutadas e entendidas. "Na maioria das vezes brigamos mais para não sentir por que é ruim, no lugar disso podemos dar espaço e abertura para acolher, compreender e desenvolver compaixão. Olhar para os nossos valores e para a vida que queremos construir ajuda bastante a não sofrermos por coisas que não são importantes, porém construir uma vida valorosa dói de certa maneira e nos traz conjunto uma sensação de valer a pena viver", evidencia Marina.

Autoconhecimento

Por fim, a psicóloga conta os cuidados que é possível ter para não se jogar de cabeça nos relacionamentos. "A minha dica é sempre para se relacionar da maneira que você sinta que não te toma de você mesma e que você consiga ser genuína, empática, vulnerável, se sinta amada e oferte amor. Pensem em como você se sente confortável nas suas relações, escolha com quem quer ser vulnerável e íntimo, busque autoconhecimento, comunicação e respeito a si e ao outro", finaliza.

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