
Nesta sexta-feira (14), data em que é comemorado o Dia Mundial do Diabetes, o MASSA! traz nessa matéria esclarecimentos sobre o diagnóstico, os riscos e o tratamento dessa doença, especificamente, em mulheres gestantes.
Conforme orientação da médica endocrinologista do Mater Dei de Salvador, Andreza Berlink, a descoberta da doença ocorre após a realização de exames específicos. “O diagnóstico é feito através de exames de laboratório, rastreio recomendado a todas as gestantes. Toda gestante deve ter dosagem de glicemia em jejum no primeiro trimestre de gestação. Caso apresente resultado menor que 92mg/dl, deve realizar a curva glicêmica ( teste de tolerância à glicose) entre 24-28 semanas”, pontuou.
Quando questionada se a criança tem chances de adquirir diabetes pelo fato da mãe ter essa condição de saúde, a especialista destacou que isso não é um fator que se trata de uma regra.
“Ao nascer, não. Sabemos que filhos de pais diabéticos apresentam maior risco de desenvolver diabetes no futuro. Mas, isso não é uma regra. Vai depender muito dos hábitos de vida deste futuro (a) adulto (a)”, disse.
Segundo estudos, o diabetes gestacional ocorre devido às mudanças fisiológicas no organismo da mulher. Contudo, hábitos saudáveis como alimentação e exames periódicos são fundamentais para prevenir e monitorar a doença.
“O pilar do tratamento é a mudança do estilo de vida. Muitas gestantes conseguem manter as glicemias controladas durante toda a gestação apenas com exercícios físicos e mudanças nos hábitos alimentares. Nos casos em que isso não é possível, lançamos mão de tratamento medicamentoso como a insulinoterapia”, disse a médica.
Pré-natal diferenciado para essas gestantes
Francisco Mota, coordenador do Serviço de Obstetrícia do Hospital EMEC. Na entrevista, ele destacou a necessidade da gestante com diabetes seguir o calendário pré-natal, para evitar possíveis complicações.
“A paciente diagnosticada com diabetes gestacional é considerada que não está mais no risco habitual. Ela vai para o pré-natal de alto risco, que tem que ter um controle maior, um controle da glicemia, com medidas feitas em casa e, em alguns casos, o uso de insulina para controle do diabetes. É importante se dizer que a grande maioria dos pacientes são controlados só com a dieta. Mas essas pacientes precisam ser acompanhadas por uma equipe multidisciplinar, principalmente por nutricionista”, declarou.
O Ministério da Saúde recomenda e orienta que toda gestante faça o exame de diabetes, regularmente, durante o pré-natal, serviço ofertado nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Unidades de Saúde da Família (USF), administradas pelo SUS.
Sérios riscos para a mãe e para o bebê
Ainda segundo o obstetra, essa condição de saúde coloca em perigo a vida da mãe e do bebê. Em alguns casos, com risco até de morte.
“Existem alguns riscos para a mulher e para o feto. O feto pode ser grande para a idade gestacional, que é chamado de feto macrossômico, que tem mais do que 4 quilos. Esses bebês, quando nascem com mais de 4 quilos, têm um risco grande de fazer hipoglicemia logo quando nascem, que é um risco até de óbito. Naturalmente, o diabetes gestacional aumenta os riscos de partos instrumentalizados, como partos fórceps, como cesáreas. A pacientes com diabetes gestacional têm um risco maior, também, de desenvolver eclâmpsia e pré-eclâmpsia, ou seja, da pressão subir. Então, é um paciente que requer maior controle”, alertou o especialista em entrevista ao MASSA!.
