O mês de dezembro é o escolhido para promover a conscientização sobre as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) por meio da campanha Dezembro Vermelho. A proposta é levar mais informações à população sobre a importância da prevenção dessas doenças e do diagnóstico precoce delas.
Essa é uma campanha nacional que ocorre anualmente. Em 2022, os números preocupam e acendem ainda mais o alerta. Dados de um estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que o percentual de adolescentes (13 a 17 anos) que não usaram preservativo na última relação sexual é de 59%.
A infectologista Juliana Correia destaca que a população jovem é a que está mais vulnerável. “Com o aumento da liberdade sexual e as possibilidades de tratamento do HIV, eles acabam deixando de lado o uso de preservativos para impedir a contaminação por doenças como sífilis, HPV e herpes", explica a médica.
Apesar disso, os números na Bahia mostram que campanhas como o Dezembro Vermelho surtem efeito. Dados da Secretaria da Saúde do estado (Sesab) apontam que, entre 2017 e 2021, o número de casos notificados de HIV (adulto) caiu de 2517 para 1176.
Juliana destaca que o maior desafio é justamente a conscientização. “É preciso aumentar as campanhas para uso de preservativos, políticas públicas de educação e prevenção das ISTs”, diz.
O diagnóstico precoce dessas doenças “interrompe a cadeia de contaminação e trata precocemente, evitando complicações”, explica a especialista.
Todo mundo está sujeito
Apesar da maior exposição dos jovens, como destaca Juliana, todo mundo está sujeito à contaminação por infecções sexualmente transmissíveis. É por isso que ela alerta que “é prudente que toda pessoa sexualmente ativa faça um check-up anual”. E esse cuidado vale para solteiros e também para pessoas em relações monogâmicas. “A gente não tem como controlar a vida sexual do nosso parceiro, então, como prevenção, é bom fazer os exames”, recomenda a infectologista.
E claro que, para além de estar em dias com as consultas e exames médicos, é importante ficar atento aos sinais do corpo. Em caso de exposições a situações de risco, como a prática de sexo sem proteção, por exemplo, Juliana orienta que “assim que perceber sinais de alerta, procurar um atendimento médico. Existem sinais de alerta, o paciente pode apresentar feridas na genitália, verrugas, gânglios palpáveis, corrimento com forte odor e sintomas mais complexos”.