A Bahia é um dos sete estados que registraram alta nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) causados pela covid-19, aponta levantamento da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Os dados foram divulgados, na segunda-feira (27), no Boletim InfoGripe, e consideram a semana epidemiológica de número 9 (de 26/02 a 04/03).
A Bahia registrou, desde o início da pandemia, 1.795.775 casos de covid-19. No boletim da Fiocruz, é apontado um crescimento dos casos de SRAG em decorrência da covid na tendência de longo prazo (nas últimas seis semanas). Salvador também apresentou sinais de crescimento dentre as capitais do país.
O Brasil já notificou 19.975 casos de SRAG em 2023. Dentre as ocorrências positivas, 58% são decorrentes da covid-19. Na Bahia, o boletim destacou a probabilidade de crescimento dos casos de SRAG como acima de 95%, porcentagem concentrada em crianças e adolescentes.
Como explica o médico infectologista Robson Reis, “a síndrome não é uma doença, é uma condição clínica e secundária à infecção por agentes infecciosos, como a covid-19 ou o vírus influenza”.
Pacientes com algum fator de risco têm maior chance de agravar um quadro infeccioso, “evoluindo para a SRAG, insuficiência respiratória e outros”, explica o especialista.
A principal característica de um quadro de SRAG é um desconforto respiratório. “É uma condição clínica grave que manifesta uma incapacidade do sistema respiratório de manter uma oxigenação adequada”, diz.
O infectologista destaca ainda que o aumento registrado pela Fiocruz pode ter uma explicação. “Se temos um aumento desses casos, é consequência de um aumento de casos de infecções virais”, diz.
“Provavelmente pode ainda ser um reflexo do carnaval e de uma vacinação que não avançou tanto em relação à vacina bivalente”, conclui o médico.
Para Robson, a melhor prevenção é a vacina, seja da covid-, gripe ou outra infecção que tenha imunizante. “É importante que a população entenda que essas infecções respiratórias nunca vão acabar”, ressalta. Ele reforça ainda a importância da higienização das mãos e do uso de máscaras para pessoas com fatores de riscos.
Procurada pela reportagem, a Sesab, por meio da assessoria, informou que não possuía fonte disponível para esclarecimentos.