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Coração em perigo - 18/12/2022, 08:21 - Maria Laura S. de Souza - Atualizado em 18/12/2022, 08:47

Brasil registra alta no abandono de tratamento de doenças do coração

Pesquisa aponta queda nas vendas de remédios e aumento no número de mortes no país

Falta de adesão ao tratamento pode levar à morte
Falta de adesão ao tratamento pode levar à morte |  Foto: Divulgação

As vendas de medicamentos para prevenção e tratamento de doenças cardiovasculares diminuíram 35,04% em relação ao ano de 2021. Ao mesmo tempo, houve um aumento do número de casos de doenças do coração. A informação é de transações dos beneficiários da base da EPHARMA. Especialistas alertam sobre a importância de manter o uso do medicamento e as consequências da interrupção do tratamento.

De acordo com pesquisa feita pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), as mortes por doenças cardiovasculares no Brasil aumentaram cerca de 132% na pandemia. No Brasil, cerca de 1.100 pessoas morrem por dia devido às mesmas doenças. Somente este ano, já são contabilizadas mais de 290 mil mortes por doenças do coração;

De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), a falta de adesão ao tratamento cardiológico pode desencadear novas enfermidades e agravar o quadro clínico. A cardiologista Marianna Dracoulakis explica que a falta do medicamento pode descompensar a doença. “No paciente hipertenso a pressão pode subir, pode causar infarto, AVC, cegueira. O diabético pode entrar em estado de coma, pacientes com insuficiência cardíaca podem ser hospitalizados, e os com isquemia podem evoluir para infarto, levando a internação com risco de morte”, diz.

Segundo a médica, as principais causas de doenças cardiovasculares estão relacionadas ao fator de risco e na maioria delas é necessário o uso do medicamento. “Hipertensão, colesterol alto, diabetes, tabagismo, sedentarismo e estresse. Além de implementar hábitos de vida saudáveis, é preciso complementar com tratamentos medicamentosos”, explica.

Desinformação pode gerar complicações

Os pacientes interrompem as suas medicações por vários fatores. A falta do acompanhamento médico e dos exames de rotina, e vivenciar uma pequena melhora do seu quadro clínico, são motivos que levam ao abandono da prática. Além disso, a pandemia dificultou o acesso aos medicamentos e o agendamento de consultas.

Para a Dra. Mariana, a maior parte dos pacientes que deixam de tomar os medicamentos, o fazem por desinformação. “Falta um pouco no sistema público e privado de saúde, que a equipe profissional faça um pouco de educação na saúde”, expressa. Segundo ela, é preciso explicar que a maioria das doenças são crônicas. “Não adianta tratar por 3 meses, você vai precisar de medicamento por toda vida, então a causa número 1 é a falta de informação de qualidade”, completa.

A farmacêutica Marcia Otto Barrientos esclarece que para agir de forma eficiente, os fármacos precisam ter a concentração correta no organismo. Essa concentração estável ocorre aproximadamente entre a oitava e a décima dose. “O uso aleatório do medicamento, gerará oscilação da concentração do fármaco tanto na corrente sanguínea quanto em seu local de ação, podendo ocorrer até mesmo a falha deste efeito quando se necessita”, explica.

Márcia também explica que é importante atentar para o uso correto do medicamento, já que as doenças cardiovasculares podem ser silenciosas. “Quando há dor, é fácil lembrar de tomar o medicamento; no entanto, quando não há, podemos incorrer no erro de achar que está tudo bem”, revela.

De acordo com a farmacêutica, há pessoas que afirmam que por estarem com a pressão arterial em bons índices, não necessitam tomar o medicamento naquele dia, mas estão entrando em um grave risco de sofrerem eventos cardiovasculares repentinos. “Para o medicamento atingir a segurança proposta é imprescindível que seja utilizado na concentração, horários corretos”, alerta.

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