
Com a finalidade de ajudar estabelecimentos comerciais a oferecem um atendimento mais acolhedor e seguro em casos de possíveis imprevistos com os clientes, a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI) lançou o “Guia Prático para Restaurantes: Como Lidar com Alergia Alimentar”, destinado a bares e restaurantes.
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Dados divulgados pela ASBAI apontam que até 8% da população é acometida por reações causadas por alimentos. Em entrevista ao MASSA!, a presidente da ASBAI-BA, Dra. Paula Dantas Meireles, explicou mais sobre a proposta do guia, que estará disponível em breve e com download gratuito no site da ASBAI.
“O estímulo para ser feito esse guia veio desde os pacientes que a gente lida no dia a dia, até aqueles que têm essa queixa, dificuldade e medo de se alimentar fora de casa, além dos riscos que enxergamos. Os pacientes com alergia alimentar convivem com medo constantes, principalmente o medo de comer qualquer coisa e em qualquer lugar que não seja a própria casa”.
A médica pontuou, também, que esses incidentes acontecem com mais frequência em ambientes que não são as residências dos pacientes. “A maior parte das reações que os nossos pacientes apresentam, vivencia o diagnóstico fora de casa, quando eles se alimentam em ambientes diferentes daqueles que eles já estão acostumados e que eles já conseguem controlar as variáveis”, disse.
A associação reconhece que, pelo fato de muitos restaurantes não terem preparo para lidar com situações como essa, o guia ajudará a alertar os estabelecimentos sobre a proporção do risco que casos alérgicos ocasionados por alimentos podem gerar à saúde de uma pessoa.
A ideia é divulgar, o máximo possível, para qualquer estabelecimento alimentar. A ASBAI-BA tem mais de 30 médicos especialistas aqui na Bahia, e a gente está contando com cada um dos associados para divulgar o máximo de restaurantes possíveis. A gente quer que essa divulgação aconteça, e nosso objetivo é atingir o maior número de estabelecimentos pessoas.
Quando questionada sobre quais alimentos são mais comuns causarem reações alérgicas, Paula Dantas destacou que essa questão depende da faixa etária. “Depende da idade. Na infância, os alimentos mais comuns são leite e ovo. Trigo, soja e frutas também têm uma prevalência considerável entre as crianças. Já entre a população adulta, os principais são as castanhas, nozes, avelã, frutos do mar principalmente, como camarão e lagosta, que são os principais”, alertou.
Ainda em entrevista ao MASSA!, a médica deixou orientações sobre como proceder em casos de reações. “Diante de uma reação, a recomendação é que a primeira coisa a ser feita seja chamar por ajuda, principalmente, se o paciente tiver uma reação intensa, tiver dificuldade para respirar ou tiver perda de consciência. Se o paciente já sabe que é alérgico, ele já sabe como agir. Ele vai identificar os sintomas que está tendo e vai ou deveria saber o que fazer. Eles já porta consigo um plano de ação, que é uma orientação dada em consulta médica do que fazer em cada tipo de reação que ele possa ter. Se for uma reação com descontrole respiratório, com peso de concentração, é preciso chamar o SAMU” , declarou a médica.