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Se liga aí, galera! - 06/12/2022, 08:19 - Mariana Brasil*

Baixa cobertura vacinal deixa os baianos muito vulneráveis

Infectologista alerta que há o risco de haver epidemia de vários vírus com pouca vacinação

Campanha da SMS havia intensificado a oferta dos imunizantes
Campanha da SMS havia intensificado a oferta dos imunizantes |  Foto: Canva/Divulgação

Com quedas nas taxas de todo o País, a cobertura vacinal contra gripe, sarampo, influenza e poliomielite caiu na Bahia e na capital. As campanhas de vacinação contra a influenza e sarampo realizadas pela Secretaria Municipal de Saúde finalizaram em junho com baixa adesão, com 237 mil doses aplicadas contra a gripe e 63 mil contra o sarampo, 26% e 37% do público alvo alcançado, respectivamente.

Iniciada em abril, a campanha da SMS havia intensificado a oferta dos imunizantes em 156 salas de vacina. No entanto, a cobertura vacinal foi abaixo do ideal, com pelo menos 673 mil pessoas sem a imunização contra influenza e 288 mil indivíduos sem a vacina contra o sarampo. Para a pólio, pouco mais de 150 mil crianças foram imunizadas.

No estado, os números baixos acompanharam. Até o momento, os dados parciais de 2022 apontam uma cobertura vacinal contra a poliomielite de cerca de 40%. “Podemos dizer que estamos com 60% das crianças que deveriam tomar essa vacina sem tomar”, aponta Ramon Saavedra, técnico da Coordenação de Imunização da Sesab.

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“Ou seja, a gente está formando no território baiano os chamados bolsões de suscetíveis ou, em outras palavras, o acúmulo de pessoas vulneráveis. Se o vírus for reintroduzido no nosso território, há uma forte tendência de se manifestar na forma de um surto ou epidemia”, alerta.

Segundo o coordenador, o fenômeno de queda na vacinação é observado há anos na Bahia: “A gente percebe é que a partir de 2015/16 há uma contínua tendência de redução das coberturas vacinais na Bahia para essas vacinas do calendário infantil”.

Redução ano a ano

Contra a pólio, o estado vinha conseguindo alcançar a meta vacinal de 95% das crianças até 2015. Desde então, os números diminuíram, chegando a apenas 60% em 2021. O infectologista e pesquisador da Fiocruz, Julio Croda, analisa que esse gradual declínio no engajamento popular à vacinação foi maior durante os anos de pandemia, afetando principalmente a imunização do público infantil.

“É a população com mais baixas coberturas. Depois, vem as segundas doses de reforço nos acima de 60 anos, para Covid, e a terceira dose de reforço”, aponta. “A gente observa uma queda desde 2016, que se intensificou durante a pandemia para as outras vacinas, e agora a gente também tem baixas coberturas de vacinação contra a Covid em crianças”, emenda. Para o sarampo, a redução das taxas de vacinação também foi percebida.

* Sob a supervisão do jornalista Luiz Lasserre

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