O mês de agosto traz consigo um importante alerta para a saúde: o câncer de pulmão. A campanha Agosto Branco, criada para conscientizar a população sobre essa doença, ganha força a cada ano. O objetivo principal é destacar os perigos do tabagismo, principal causador do câncer de pulmão, e incentivar o diagnóstico precoce, que pode aumentar significativamente as chances de cura.
O câncer de pulmão é um mais letais no mundo, e no Brasil as estatísticas são alarmantes, com um número elevado de casos a cada ano. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), são esperados 704 mil novos casos de câncer de pulmão no Brasil a cada ano do triênio 2023-2025. Este tipo de tumor é o terceiro mais frequente entre os homens e o quarto mais comum entre as mulheres, resultando em 28.620 mortes registradas no último levantamento.
O Dr. Pedro Leite, cirurgião torácico e coordenador do núcleo de cirurgia torácica do Instituto Brasileiro de Cirurgia Robótica (IBCR), destaca a relação entre o tabagismo e o câncer de pulmão: “Cerca de 85% dos casos de câncer de pulmão estão relacionados ao tabagismo. Parar de fumar é uma das principais medidas de prevenção. Outros fatores de risco incluem a exposição à poluição ambiental, ao asbesto e à inalação de gás radônio. O uso de equipamentos de proteção individual é fundamental para trabalhadores expostos a essas substâncias. Além disso, fatores genéticos e doenças como a fibrose pulmonar também aumentam o risco.”
O Dr. Leite enfatiza a importância do diagnóstico precoce: “O câncer de pulmão geralmente é assintomático nas fases iniciais, e os sintomas aparecem em estágios mais avançados. O acompanhamento médico regular, especialmente para pacientes de alto risco, é crucial para o diagnóstico precoce. Pacientes tabagistas, ex-tabagistas, com história familiar de neoplasia de pulmão ou com doenças pulmonares prévias, como fibrose pulmonar e enfisema, devem ser rastreados com tomografia de tórax de baixa dose de radiação.”
O diagnóstico tardio é um dos principais fatores que contribuem para a alta taxa de mortalidade do câncer de pulmão. A maioria dos casos é descoberta em estágios avançados, o que resulta em cerca de 28 mil mortes por ano no país. A campanha Agosto Branco busca desmistificar a doença e informar a população sobre os sintomas, que podem incluir tosse persistente, rouquidão, dor no peito, perda de peso e falta de ar.
Além de informar, a campanha também oferece apoio aos pacientes e seus familiares. Diversas instituições de saúde e organizações não governamentais promovem ações para auxiliar na luta contra o câncer de pulmão, como grupos de apoio, palestras e distribuição de materiais informativos.
Apesar de ter abandonado o vício há 35 anos, a comerciante Nilzete Rosa Barreto, de 69 anos, acredita que os 20 anos em que fumou contribuíram para o desenvolvimento do câncer de pulmão. Felizmente, ela descobriu a doença em estágio bem inicial. Foi monitorada por um tempo e quando o especialista percebeu que o nódulo pulmonar apresentou sinais de alarme, realizou uma cirurgia robótica minimamente invasiva considerada poupadora, ou seja, mais econômica. “Livre da doença e me sentindo bem, sigo acompanhada por meu cirurgião torácico e minha oncologista. Espero que não haja recidiva”, contou.
O sucesso do tratamento está intimamente ligado ao diagnóstico precoce. Quando descoberto em estágios iniciais, o câncer de pulmão tem maiores chances de cura. A campanha Agosto Branco incentiva a realização de exames preventivos, especialmente para pessoas com histórico de tabagismo ou exposição a outros fatores de risco, ressaltando a importância de estar atento aos sinais e procurar ajuda médica ao menor sinal de alerta.