
Aconteceu ontem o Cantinho do Desabafo, ação que oferece escuta afetiva a população que passa pelo Metrô. Na ação, clientes da Estação da Lapa puderam receber auxílio de profissionais voluntários do Instituto Help, que organizaram o evento em parceria com a CCR Metrô Bahia. O evento começou às 16h00 e acabou às 20h. O objetivo foi acolher pessoas em situação de vulnerabilidade emocional, como ansiedade, estresse e depressão.
O intuito do projeto era distribuir 5 mil cartas com palavras de apoio e incentivo, e de acordo com Felipe Cerqueira, coordenador do Projeto Help na Bahia, a meta foi ultrapassada. “Distribuímos 9.710 cartas e conseguimos atender 210 pessoas”, relatou.

Durante a ação, 40 voluntários estavam disponíveis para atender a população. Felipe, que também foi voluntário, relata que os problemas mais frequentes trazidos pelas pessoas são situações de depressão e abuso. “Também podemos observar questões de desprezo, desejo de suicídio, muitas vezes por um relacionamento, conflitos familiares, entre outras questões”, analisa. O coordenador também conta que a cada 10 pessoas atendidas, 9 se mutilam.
Segundo Felipe, um dos maiores desafios é ajudar as pessoas a entender que nada está perdido. Ele menciona ainda uma pessoa que passou pelo evento a caminho de tirar a própria vida. “Essa pessoa já havia deixado até cartas para os familiares, nós abordamos ela, acolhemos e ao final ela agradeceu muito, disse que voltaria para casa para rasgar acarta”, relata.

“Muitas pessoas chegam aqui com uma ideia construída de que as feridas emocionais não podem mais cicatrizar, e é difícil fazer com que essa pessoa tenha uma nova ideia da vida”, completa Felipe. Ele acredita que o Cantinho do Desabafo funciona como um despertar para procurar ajuda psicológica. “Nós sempre orientamos a procurar ajuda, econseguimos ver por meio do sorriso no rosto que essa iniciativa contribuiu, e essa pessoa passou a ter uma perspectiva nova da própria vida”, afirma.
Frederico Ravelly, também coordenador do Instituto Help, acredita que a ação pode perpetuar nas comunidades de Salvador. Ele declara que a distribuição de cartas com palavras de esperança, já ajudaram pessoas que estavam pensando em desistir de tudo. “Cartas estas que, depois das pessoas receberam, elas procuram compartilhar com amigos, familiares e vizinhos, fazendo com que aquilo que elas receberam chegue também a outras pessoas. Nós acreditamos que uma palavra pode salvar uma vida”, completa.