Disponível na Bahia desde o final do ano passado, o serviço de emissão da Carteira de Identidade Nacional (CIN) - antigo RG - ainda tem gerado estranheza e dúvidas em parte da população. Além de possuir um novo layout, a CIN também dá ao cidadão a possibilidade de adicionar informações complementares como tipo sanguíneo, fator RH, opção por ser doador de órgão e, inclusive, condições de saúde como o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e deficiências auditiva, visual, física e intelectual. Entretanto, para que a inserção dessas informações seja feita é necessário que o titular apresente documentos que comprovem a efetividade dos dados.
No caso do tipo sanguíneo, por exemplo, a carteira disponibilizada pela Fundação de Hematologia e Hemoterapia do Estado da Bahia (Hemoba) aos doadores de sangue, não é aceita para essa finalidade. Quem dá mais detalhes sobre o assunto é o diretor adjunto do Instituto de Identificação Pedro Mello (IIPM), Jorge Ressurreição.
"Ela não tem uma assinatura do profissional responsável, do farmacêutico ou do médico. Também não traz assinatura física, nem virtual, nem mesmo um QR Code. Não traz nada nesse sentido e a gente trabalha com identificação civil. A gente precisa estar respaldado. Então é necessário o resultado de laboratório ou um atestado médico porque tudo que a gente apresenta e introduz na carteira é com respaldo, por isso que carteira de identidade é fundamentada na certidão de nascimento e na de casamento", declarou em entrevista ao MASSA!.
Para algumas pessoas, adicionar o tipo sanguíneo na CIN pode até parecer irrelevante, mas, segundo Jorge, essa informação pode fazer uma diferença significativa em situações de imprevistos e emergências.
"Constar na carteira de identidade o registro oficial do seu tipo sanguíneo é um facilitador em situações que, talvez, seja a única voz que você tenha para dizer com rapidez essa informação. Caso, em um acidente ou numa emergência, você não esteja em condições para manifestar qual o seu tipo sangue, o seu documento pode fazer isso por você de maneira mais rápida do que um exame laboratorial, porque já terá isso atestado. Pode ser a rapidez essencial em procedimentos médicos de urgência", esclareceu.
Em relação aos cidadãos que já emitiram a CIN e desejam adicionar algum dado complementar, o diretor adjunto do IIPM explica como devem proceder. "Faz uma nova solicitação para emitir uma nova carteira de identidade. Depois de agendada vai tirar uma nova foto, vai fazer uma nova coleta de biometria e terá que apresentar, novamente, a certidão de nascimento ou casamento, além das documentações que comprovem os dados que deseja incluir", pontuou.
Disponível em postos do Pontos SAC de Salvador e do interior do estado, a CIN pode ser agendada por meio do aplicativo ou portal ba.gov.br, ou pelo call center: (71) 4020-5353 (ligação de celular) ou 0800 071 5353 (ligação de fixo).
"A segurança da Carteira de Identidade Nacional avançou muito. Agora, nós passamos a utilizar também o comparador facial, ou seja, existe uma dupla checagem biométrica para impressões digitais e facial. E isso, num somatório, eleva muito a segurança do documento que a pessoa está portando. Aumenta a garantia de que, aquele documento, atesta a verdadeira identidade da pessoa atrelada ao corpo físico, à biometria, às impressões digitais e ao reconhecimento facial", garantiu Jorge.