Acaba nesta quinta-feira (04) o período de inscrições para o Código M, evento que encoraja mulheres a descobrir novos futuros em suas carreiras a partir da inclusão no setor da tecnologia. No próximo dia 25, a rede Laboratória vai realizar o encontro gratuito em Salvador, no Teatro ICBA, no Goethe Institut Salvador. A programação vai das 9h às 13h30 e as inscrições podem ser feitas no link https://www.codigom.la/br, que disponibiliza 140 vagas.
O Código-M é um evento prévio ao Bootcamp, curso intensivo da Laboratória que começa em julho. A ação é voltada para mulheres a partir de 17 anos, com interesse em ter uma aproximação com o universo da tecnologia. O evento pretende fazer com que as participantes conheçam melhor o segmento tech numa manhã de imersão. Tendo interesse, todas podem se inscrever para o processo seletivo do Bootcamp, que finaliza no dia 4 de junho.
Ao ingressarem no bootcamp, as estudantes entram em um programa onde aprenderão, de forma colaborativa, com mulheres de todo o país. De acordo com Regina Acher, cofundadora da Laboratória no Brasil e CMO global, as alunas serão guiadas para alcançar a autoaprendizagem. “Durante o curso, que simula um ambiente de trabalho real, terão acesso a materiais que as ajudarão a resolver os desafios propostos, além de buscarem, sozinhas e com suas colegas de curso, recursos que as ajudem a avançar”, explica.
Não é preciso que a aluna tenha conhecimento prévio em programação. A Laboratória afirma que conta com uma metodologia inovadora e eficaz, que consegue preparar pessoas sem formação em tecnologia para o mundo do trabalho em 6 meses. “Focamos muito no desenvolvimento da autoaprendizagem e da resolução de problemas em equipe durante a formação”, confirma Regina.
Durante o Bootcamp, as participantes aprendem linguagens de programação usadas globalmente, como JavaScript, HTML e CSS, além de conhecimento teórico em UX Design, e lógica da programação, entre outros conteúdos da área.
As inscrições para o Bootcamp são gratuitas, porém, o treinamento exige um custo. “As participantes pagarão uma parte do valor do curso se conseguirem uma vaga de emprego no mercado tech. Uma vez empregadas, elas poderão realizar este pagamento de forma parcelada num prazo máximo de dois anos”, explica Regina.
Na América Latina, menos de 20% das vagas tecnológicas são ocupadas por mulheres, o que torna o setor menos diversificado. Os dados são do estudo "Competências transformadoras para la igualdad de género en la sociedad y la economía digital”, elaborado em 2020 pelo Grupo de Especialistas em Gênero Igualdade na Sociedade Digital (GEIGSD).
De acordo com Regina, esse problema se deve a vários fatores. “Estão aí as ideias enraizadas sobre o papel da mulher na sociedade, vieses inconscientes sobre o talento feminino e estereótipos semeados que acabaram distanciando as mulheres da tecnologia”, reflete.
Regina acredita que o setor da tecnologia cresce constantemente, exigindo talentos qualificados para o trabalho. Por isso, é importante que as mulheres também acessem oportunidades de desenvolvimento e crescimento oferecidas pelo mundo tecnológico. “Na Laboratória, sonhamos com uma América Latina em que as mulheres não sejam as mais afetadas a cada crise devido às desigualdades que persistem na sociedade”, afirma.