Após explodirem as denúncias de violência sexual contra o ginecologista Elziro Gonçalves de Oliveira, 71, em Salvador, em junho deste ano, um novo relato chocante de uma vítima detalhou as ações do médico.
A mulher afirma que recebia questionamentos de cunho sexual, além de incentivos para não utilizar o roupão dos pacientes em atendimento. Ela chegou a dizer que o trauma até a deixou com receios de repetir o exame em outras oportunidades
"Ele me fez perguntas como se eu fazia sexo anal, se eu me masturbava. Abriu meu ânus, dizia que eu estava tensa, alisava minha perna. [...] Ele disse que não era necessário eu usar o roupão. "E eu disse para ele: mas por que não usar o roupão? Eu vou sair assim despida?". E ele dizia: "eu sou médico, eu fiz a cirurgia, não tem porque esconder nada", disse a vítima ao GloboNews.
Inconformada, a vítima de Elziro Oliveira ainda disse que segue sem realizar procedimentos médicos importantes. Ela diz que nem se interessou em buscar os resultado do exame que fez com o ginecologista denunciado.
"Eu saí revoltada, é de uma revolta extrema. Eu jurei que não ia mais voltar e não voltei. Não é à toa que se passaram dez anos para eu poder repetir o exame ginecológico, porque aquilo ali ficou na minha cabeça e eu não consegui mais voltar, eu não consegui fazer até hoje. Eu fui fazer o exame, não voltei na clínica nem para pegar o resultado, falta fazer ainda a transvaginal, a ultrassom mamária, eu ainda não consegui fazer".
Ao todo, 15 mulheres denunciaram o médico pelo mesmo crime. A Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) solicitou ao Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) a prorrogação do prazo para concluir o inquérito.
Os abusos teria acontecido no centro médico do plano Caixa Assistência dos Empregados do Baneb (Casseb), no bairro de Brotas, e também na clínica CAM, no Itaigara, entre os anos de 2019 e 2022.
Na Bahia, 13 mulheres denunciaram o ginecologista Elziro Gonçalves de Oliveira, de 71 anos, por assédio. Os abusos aconteceram no centro médico do plano Caixa Assistência dos Empregados do Baneb e na clínica CAM, ambos em Salvador. Confira relato de uma das pacientes.
— GloboNews (@GloboNews) November 4, 2023
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