Um homem acusado de abusar sexualmente de 13 sobrinhas foi preso nesta segunda-feira (29), no bairro da Capelinha, em Salvador. De acordo com informações da Polícia Civil, o suspeito do crime "obtinha favores sexuais" fazendo ameaças contra as vítimas. As investigações apontam que o primeiro estupro aconteceu há mais de 20 anos, contra uma garotinha de 8 anos. Porém, o caso só chegou às autoridades no primeiro semestre de 2023, depois que uma outra vítima tomou coragem para contar ao pai que foi abusada pelo marido da tia, e a denúncia foi registrada.
Identificado como Antônio Carlos Pereira dos Santos, o homem não teve antecedentes criminais apontados pela polícia até o momento. Sem levantar suspeitas, ele teria abusado algumas das garotas por cerca de dois anos seguidos. Hoje, algumas das sobrinhas já estão com 18, 28 e 33 anos, mas eram crianças na época em que foram estupradas.
Em entrevista à imprensa, a delegada Simone Moutinho, titular da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra a Criança e o Adolescente (Dercca), explicou como o suspeito atuava para conseguir cometer os abusos por tanto tempo: "Ele agia sempre com crimes contra a dignidade sexual da modalidade estrupo e usando de graves ameaças para tanto".
Tio denunciou uma das vítimas por difamação
Além de ter estuprado as próprias sobrinhas, o homem ainda denunciou uma das vítimas que queria prestar queixa contra ele, alegando que a jovem estava inventando o relato para difamá-lo. Ele foi preso quando estava a caminho do Juizado Especial Criminal (Jecrim), justamente para audiência sobre o caso.
"Haveria uma audiência oriunda de uma ação que ele mesmo inventou contra uma das vítimas, dizendo que estava sendo caluniado pela mesma. ou seja, no sentido de desestimular a continuação dos procedimentos que ocorriam aqui na delegacia contra o mesmo", contou a delegada.
As oitivas foram realizadas pelo Dercca e todas vítimas foram ouvidas. As crianças prestaram depoimento especial, foram atendidas pelo setor psicossocial da instituição e estão com as respectivas famílias.
Já o suspeito se encontra custodiado no aguardo da audiência de custódia e deve ser mantido em prisão preventiva após a polícia reiterar a necessidade da medida no momento.