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Barbárie - 31/05/2024, 10:27 - Amanda Souza - Atualizado em 31/05/2024, 10:48

Taxista morto na Cidade Nova estava pensando em largar a profissão

Júnior havia passado por outra situação de violência há cerca de 15 dias

Taxista José Carlos dos Santos Júnior foi morto em Cidade Nova
Taxista José Carlos dos Santos Júnior foi morto em Cidade Nova |  Foto: Reprodução / Redes Sociais

O taxista José Carlos dos Santos Júnior, morto a tiros no horário de trabalho nesta quinta-feira (30), no bairro da Cidade Nova, em Salvador, estava se preparando para abandonar a profissão após ser vítima de um sequestro seguido de roubo na semana anterior. A informação é de Denis Paim, presidente da Associação Geral dos Taxistas (AGT).

Júnior, como era chamado entre os colegas, tinha 40 anos e era natural da cidade de Elísio Medrado, a 160 km de Salvador. Ele teria passado por uma situação de tensão há menos de um mês, também em horário de trabalho.

"Ele pegou uma corrida na Ribeira e meliantes rodaram com ele durante quatro horas, fizeram ele dirigir com uma arma no pescoço a todo momento, roubaram também", contou Denis.

"Ele me disse que tinha nascido de novo depois disso, e que estava se organizando para largar o táxi, mas aconteceu essa fatalidade ontem. Luto total da categoria", completou o presidente da AGT.

Denis destacou que as informações sobre a ocorrência na última quinta, que vitimou Júnior e um passageiro, ainda são poucas. "Ele pegou essa corrida suspeita, que não sabemos ainda onde. Quando chegou na localidade do Forno, na Cidade Nova, ele e o passageiro acabaram sendo alvejados", contou.

Júnior será sepultado na tarde desta sexta-feira (31), em sua cidade natal. O taxista deixa mulher e um filho de 12 anos.

Onda de violência contra a categoria

De acordo com Paim, só em 2024 já foram registrados 217 assaltos a taxistas em Salvador e três taxistas mortos por violência no horário de trabalho. "No mínimo, cinco taxistas são assaltados por dia em Salvador. E temos uma estatística que não é real, porque muitos taxistas são assaltados, mas acabam não formalizando a ocorrência por conta das dificuldades", explicou.

A AGT tem buscado uma solução para o problema junto a Secretaria de Segurança Pública (SSP). "Vamos seguir cobrando a SSP [...] tentar também reuniões mensais com a SSP para atualizar esses números", completou.

Para Denis, alguns elementos podem ajudar a minimizar essas ocorrências ou a solucionar os casos com maior agilidade, como a criação de uma delegacia especializada. "Outro ponto é uma atenção maior nas abordagens, em blitz, que os agentes parem o táxi e verifiquem se é realmente o taxista que está conduzindo o passageiro", disse.

Além dos pedidos ao poder público, a categoria também tem recebido orientações da AGT para minimizar os problemas em ocorrências do tipo. "Nós temos orientado aos taxistas para não andar com dinheiro, não rodar com o celular visível no carro. Nós temos feito a nossa parte", concluiu.

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