O secretário de Segurança Pública (SSP-BA), Marcelo Werner, revelou, durante entrevista exclusiva em visita ao Grupo A TARDE, nesta quarta-feira (21), que apura a existência de integrantes de uma grande facção criminosa infiltrados no poder público de municípios baianos.
"O que a gente vê, sim, é que em outros estados a gente já viu essa dinâmica acontecer. É lógico que tudo que aconteceu em outro estado é suscetível de acontecer no nosso. Ah, está acontecendo? Hoje eu vou dizer a você que nós temos investigações para antecipar isso aqui. Agora, lhe afirmar? Se eu disser com certeza, primeiro eu estaria sendo leviano e estaria quebrando aqui o princípio da compartilhação de investigações em andamento", salientou.
O chefe da pasta de segurança ainda ressaltou que, apesar de afirmar a presença da organização criminosa no estado, a publicação não especificou as cidades. "A reportagem citou vagamente, mas não falou nenhuma cidade. Você vê que ela não sabe de nada. Ela jogou no ar. O que eu posso dizer, nós temos investigações em andamento. Eu estou em cidade A, cidade B, cidade C. Provavelmente posso perguntar".
Entenda o caso
A reportagem em questão foi publicada na última segunda-feira (19), pelo site do Estadão. A matéria revela que integrantes das duas principais facções criminosas do país, o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV), estão infiltrados em vários municípios pelo Brasil, incluindo a Bahia.
Segundo o site, na Bahia, foram detectadas a presença do CV e de milicianos que montaram organizações para eleger vereadores e influenciar a política em municípios por meio de contratos milionários com o poder público, algo semelhante ao que acontece no Rio de janeiro.
"É muito cedo para eu poder estar falando nisso, até mesmo evitando prejuízo entre as investigações de andamento. É lógico que a dinâmica criminal das organizações nacionais vem acontecendo em relação ao domínio das principais rotas, associações com facções locais, isso não é uma exclusividade da Bahia, se você for parar para ver, todos os Estados do Nordeste em especial e das fronteiras dos Estados. A gente vai continuar em relação a isso, de investigações em andamento que podem sim chegar a essa conclusão que foi noticiada", completou o secretário.