Os dias de terror impostos pelo confronto armado entre facções rivais e a força policial no bairro de Mirantes de Periperi completam uma semana nesta quarta-feira (17). Moradores da região e adjacências tem vívido momentos de medo e insegurança, relatados em entrevista ao Portal Massa!.
Um jovem, residente do bairro, trabalha no turno da tarde para a noite e tem enfrentado uma situação amedrontadora ao retornar para a residência durante os últimos sete dias de tiroteio intenso. Ele contou para a reportagem que o desespero e apreensão tomam conta do psicológico toda vez que volta do trampo.
"Nesses últimos dias tem sido difícil retornar do trabalho para casa, não fazemos ideia se na hora de chegar em casa vai ter confronto e sequer saber se chegaremos vivos para ver nossa família", iniciou ele.
"Voltamos confiando em Deus e pedindo para chegar bem porque na maioria das vezes já está tudo fechado e os moradores já se recolheram com receio de que um novo tiroteio possa acontecer a qualquer momento. É difícil se sentir seguro na volta para casa e precisando caminhar o mais rápido possível para não ser atingido por nenhuma bala perdida ou ficar de frente com um tiroteio", relatou.
Leia mais:
Graer faz disparos durante a madruga no Subúrbio Ferroviário
Policial do Bope é baleado durante operação em Mirantes de Periperi
Vídeos mostram barbaridade de luta entre CV x BDM em Mirantes
A situação angustiante atinge também os moradores mais velhos da localidade. Para uma senhora de idade, que precisa sair de casa para consultas médicas e comprar suprimentos para se alimentar, o sentimento de pânico é a pior sensação possível.
"É complicado. Porque depois de uma semana já que está acontecendo essa guerra entre facções, a gente fica em pânico, porque antes era mais era noite, hoje até de dia tá vindo esse tiroteio, esse tiro que Isso aí complica a vida da gente. A gente tem que sair pra resolver os nossos compromissos, mas sai com medo. Ir no médico e fazer exames, ir no supermercado e a gente sai já com medo, com medo de uma bala perdida", descreveu.
Segundo ela, nenhum lugar é seguro para quem presencia o episódio sangrento na localidade. "De uma hora pra outra começa tudo e a gente aqui dentro de casa não tá mais seguro, imagine na rua. Então é complicado, complicadíssimo. A gente dentro de casa, quando começa o tiroteio, fica sem chão, bate um nervoso, não sabe pra onde ir, e qual o local que a gente deve ficar dentro de casa, porque pode entrar uma bala perdida e atingir a gente. E é um medo, a gente fica com muito medo e é muito complicado, muito complicado mesmo", finalizou.
Duas pessoas já morreram em Mirantes de Periperi por conta da situação da região. Além disso, uma cabeça foi encontrada em um lata de tinta na segunda-feira (15), e o corpo foi achado caído em via pública com sinais de tortura na terça-feira (16). A suspeita é de que, nesse caso, o homem fazia parte do tráfico.
leia também