
Responsável pelas sentenças que resultaram na condenação de Fernandinho Beira-Mar e outros 114 traficantes, o juiz federal aposentado Odilon de Oliveira, 76 anos, vive uma realidade fora de série.
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Ele perdeu a escolta policial que garantia sua segurança e agora vive como se fosse um prisioneiro dentro da própria casa. Em entrevista ao jornal Gazeta do Povo, o magistrado revelou que tinha forte proteção devido às ameaças do Comando Vermelho (CV) e do Primeiro Comando da Capital (PCC).
“Eu tive que me restringir bem e hoje praticamente não saio mais de casa, virei um prisioneiro”, disse.
Polícia Federal meteu o pé
O esquema de proteção de Odilon acabou em 2019, após dois anos de aposentadoria. Isso porque a Polícia Federal (PF) entendeu que ele não precisa mais de ‘vigia’ após as eleições de 2020, quando se candidatou no Mato Grosso do Sul.
Odilon apelou para Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e também à Justiça Federal para retomar a escolta, mas não teve sucesso.
“É decepcionante para um delegado, um promotor ou um juiz que renunciou à sua própria liberdade para proteger a sociedade ser completamente abandonado após se aposentar”, lamentou.
Além disso, o magistrado contratou o serviço de uma presa de segurança, no entanto, o custo era multo alto e passava de R$ 1 mil por dia.