
O Auditório Raul Chaves, na Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia (UFBA), virou palco de uma audiência pública sobre letalidade policial na Bahia que reuniu mães, familiares de vítimas e representantes de órgãos públicos, num espaço de escuta e tentativa de reconstrução na manhã desta sexta-feira (30).
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A iniciativa foi comandada pela Defensoria Pública do Estado da Bahia (DPE-BA), que destacou a quantidade de mortes por intervenção policial no estado, já que só em 2024, foram 1.557 casos.
Alex Raposo, coordenador da Especializada de Direitos Humanos da Defensoria, abriu o jogo sobre o objetivo da audiência, que busca um novo modelo de segurança pública.

"A gente não vem aqui pra acusar ninguém, mas pra propor, ouvir. O que queremos é um modelo pautado na dignidade humana, que respeite e valorize a vida", afirma, em entrevista exclusiva ao Portal MASSA!.
Protesto e bate-boca
Quando tudo parecia tranquilo, logo no início dos discursos, um grupo de manifestantes interrompeu a parada toda com um poema e foi repreendido por tentar falar fora de hora. O clima esquentou, e quando o coordenador tentou intervir, ele e um dos protestantes ficaram "batendo boca".
Pegue a visão:
A reportagem trocou uma ideia com 'Urubu do Quilombo', um dos protestantes, que passou a visão do grupo.
"Esse grito precisava ser dito. Questionar nossa voz só mostra o quanto ela incomoda. Nosso incômodo é ver quem está falando por nós, algum deles pegou um ônibus para chegar aqui? Isso já diz muito", diz.

Justiça para Vitinho e tantas outras vítimas
Entre os casos lembrados, o de Victor Cerqueira Santos Santana, o 'Vitinho', foi a grande inspiração para o debate. Ele morreu em Caraíva, distrito de Porto Seguro, e sua família levou um abaixo-assinado com mais de 30 mil assinaturas ao evento, lutando por justiça.