Um professor Universidade Federal da Bahia (Ufba), que lecionava filosofia, foi demitido após denúncias de assédio sexual. Segundo um documento emitido pela instituição assinado na quarta-feira, 22, os três episódios aconteceram em 2020.
As denunciantes eram duas alunas e uma funcionária. Em todos os casos, as vítimas relataram que inicialmente tinham relações cordiais com o professor, até que ele passou a enviar mensagens de teor sexual. Em uma dessas mensagens, a vítima contou que o suspeito queria engravidá-la.
A primeira pessoa mulher a denunciar o professor na reitoria da universidade foi a funcionária da instituição, em 2021. Depois dela, as duas alunas prestaram as queixas.
Saiba o que disseram as vítimas, conforme o documento da Ufba:
A primeira vítima era aluna do professor de filosofia. Em depoimento à direção da faculdade, ela contou que ambos mantinham uma relação cordial até que, em setembro de 2020, recebeu mensagens dele por um aplicativo de mensagens.
Segundo a vítima, as mensagens tinham conteúdos como "quero te beijar", "você é linda" e "quero ficar contigo".
Um dia depois, o professor teria mandado outras mensagens e se desculpou pelas falas. Porém, em dezembro do mesmo ano, ela recebeu novas mensagens do docente. Para a direção da faculdade, a vítima disse que ele voltou a escrever mensagens de teor sexual, onde afirmava que queria que ela engravidasse dele e ofereceu R$ 5 mil para que eles ficassem juntos.
A vítima 2 também era aluna do professor. Segundo ela, a situação começou quando foi convidada para ir até o apartamento do docente, em julho de 2020. Ela acreditou que o convite estava a associado a confraternização de um projeto onde eles atuavam juntos.
O documento não detalha o que de fato ocorreu, mas a vítima indica que teria sido acariciada e dopada pelo profissional.
"O saldo dessa experiência é, além dos danos emocionais e da integridade psíquica, me sinto enojada e incapaz de permanecer no projeto", relatou na época.
A vítima 3 é funcionária da universidade. Ela relatou que, em outubro de 2020, foi surpreendida com uma mensagens de teor sexual do professor. Nelas, o docente fazia comentários sobre a vítima e sobre a filha dela, que tinha menos de 18 anos na época.
"[O assédio] me ocasionou grave desconforto e prejuízo emocional, com sintomas de ansiedade e insônia", relatou a vítima.
A funcionária ainda disse que a situação prejudicou a atuação dela na universidade.
Posicionamento da UFBA
Segundo a Ufba, a defesa do professor apresentou laudos que comprovam que ele foi diagnosticado com transtorno bipolar, o que "não compromete o seu cognitivo, mas interfere na manifestação comportamental".
O professor assumiu a autoria das mensagens enviadas para as alunas e para a profissional, mas negou ter acariciado e dopado a aluna que foi até sua casa.