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Preconceito é crime! - 09/05/2023, 07:20 - Amanda Souza

Polícia Civil investiga caso de injúria racial na Av. São Rafael

Crime aconteceu na tarde do último sábado em uma loja de conveniência do bairro

A Polícia Civil da Bahia está investigando uma ocorrência de injúria racial no bairro de São Rafael no último final de semana. Um vídeo, que circula nas redes sociais, mostra uma mulher ofendendo outra. A vítima é a extensionista de cílios Andresa Fonseca. Em entrevista ao Massa! Andresa contou que estava aguardando um carro de aplicativo quando começou a ser ofendida pela suspeita.

“Eu estava indo para casa e sentei na loja de conveniência para esperar o carro. Ela chegou na mesa em que eu estava sentada e pediu para que eu saísse; Quando eu perguntei o porquê, ela disse que era porque não gostava de gente igual a mim, da minha cor”.

No vídeo, a suspeita aparece afirmando não gostar de “gente escura” e que odeia pretos. Ao ser questionada se ela é branca, ela responde ser “caucasiana”, termo que caracteriza pessoas de pele branca e origem europeia.

Em nota, a Polícia Civil informou que o caso está sendo investigado pela 10ªDT de Pau da Lima. “A unidade contará com o auxílio da Coordenação Especializada de Repressão aos Crimes de Intolerância e Discriminação (Coercid) na apuração”, diz a nota.

Andresa disse nunca ter passado por uma situação como essa antes. “Eu não estava nem acreditando na aquelas coisas que ela estava falando. Pra mim foi muito chocante, por isso eu gravei e mandei para pessoas próximas”, disse.

Além do vídeo, também circulam na internet alguns boatos de que a suspeita sofreria de problemas psicológicos. O advogado Tiago Melo (OAB/BA 57.158), que representa a vítima no caso, explica que se tratam, ainda, apenas de especulações.

“Essa questão de problemas psicológicos são apenas indícios e boatos. É uma alegação que precisa ser comprovada por perícia técnica para determinar se realmente ela é inimputável. Enquanto não houver esse laudo, ela vai responder criminalmente”, explica o advogado.

Dificuldade para acionar a polícia

Além do constrangimento sofrido, Andresa relata ainda ter tido problemas para acionar a polícia. Ela conta que, ainda no local, ligou para o 190 na tentativa de denunciar a ocorrência, mas não teve sucesso. “A Polícia disse que não poderia ir, que eu deveria reunir provas e ir à delegacia realizar um boletim de ocorrência”, lembrou. “Eles não deram muita importância”.

O advogado reforçou que essa atitude dificultou a identificação da agressora. “O mais grave desde caso é a omissão da polícia em não ter enviado uma viatura”, afirmou Tiago. “Assim teria o flagrante, ela seria encaminhada para a delegacia e identificada”, concluiu o advogado.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública, responsável pela operação do 190, informou que não houve, por parte da vítima, a solicitação de uma viatura.

“A Secretaria da Segurança Pública (SAP) informa que a vítima solicitou orientação de como registrar um caso de racismo. Em nenhum momento é feito pedido de viatura, na ligação para o 190”, diz a nota. Ainda na ligação, “o atendente esclarece que a vítima deve procurar uma Delegacia, pergunta em qual bairro ela se encontra, indica a unidade mais próxima e fornece o telefone para contato”.

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