
O pintor baiano Fernando Silva Santos, de 49 anos, foi preso por engano após um bandido usar o nome dele para se identificar à polícia quando foi pego cometendo um crime. O trabalhador foi levado para o xilindró em Feira de Santana e passou 18 dias atrás das grades injustamente, em outubro deste ano.
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Fernando estava trabalhando em um hotel na Avenida Maria Quitéria, uma das principais da Princesinha do Sertão, quando foi surpreendido por policiais que o encontraram por câmeras de reconhecimento facial e cumpriram o mandado de prisão. O documento com o nome trocado foi registrado há muitos anos, mas, na verdade, deveria ter os dados do verdadeiro culpado: Raimundo Barros dos Santos.
Segundo o relato do advogado do pintor, Eleonardo Alves, Raimundo Barros se apresentou como Fernando quando foi detido em 2015, por furto qualificado, e alegou para as autoridades que era analfabeto e não tinha documentos. O bandido deu o migué, assinou os papéis da delegacia de forma precária e recebeu liberdade provisória.
O processo seguiu na Justiça, Fernando acabou sendo considerado foragido e, em 2019, teve um mandado de prisão preventiva emitido. O erro só foi identificado neste ano, quando o inocente foi preso e a perícia entendeu o que havia acontecido. As informações foram divulgadas pelo G1.
Pintor lamenta a prisão injusta

Em entrevista à TV Subaé, Fernando Santos Silva relatou o desespero de ter sido preso injustamente, ainda mais no local de trabalho. “Cheguei no hotel e me deram voz de prisão. Não me deixaram falar nada. Me levaram para a delegacia do Sobradinho. Lá, o policial me chamou de bandido, ladrão. Eu disse que não era ladrão, que sou pai de família. Mostrei minha mão suja de tinta”, declarou.
O caso do pintor passou por uma revisão detalhada. Graças ao laudo pericial do Instituto de Identificação Pedro Mello, produzido na época em que Raimundo Barros caiu nas mãos da polícia, foi possível notar a diferença entre eles.
Após o reconhecimento do engano, a Justiça da 15ª Vara Criminal de Salvador determinou a soltura do trabalhador. Ele deixou o Complexo do Sobradinho no dia 3 de novembro.
