
O empresário Marcelo Batista Silva, acusado de ser o mandante das mortes de dois funcionários do próprio ferro-velho, compareceu, nesta segunda-feira (17), à primeira audiência de instrução e julgamento do caso. Ele passou cerca de quatro horas no Fórum Criminal de Sussuarana, em Salvador, acompanhando os depoimentos de cinco testemunhas de acusação.
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Entre os relatos, estavam familiares das vítimas: dois parentes de Paulo Daniel Pereira e um primo de Matusalém Silva Muniz, jovens que estão desaparecidos desde novembro de 2024. O sumiço da dupla começou a ser investigado após denúncias de que o suspeito teria acusado os funcionários de roubar alumínio no local de trabalho.

Marcelo ficou foragido por cerca de sete meses antes de se apresentar à Justiça. Durante a apuração do caso, a polícia encontrou marcas de sangue no carro dele. Em dezembro do ano passado, o delegado José Nélis, da 3ª Delegacia de Homicídios, revelou que o ferro-velho seria, na verdade, uma fachada para um esquema de venda ilegal de armas.
“Cárcere, tortura e assassinato”, diz delegado
O delegado também detalhou como o crime teria acontecido: “No domingo já existe uma ação de Marcelo, que nós entendemos já ser uma provável tentativa de homicídio. Ele acredita que um dos funcionários tenha subtraído o material. A seguir, ele surpreende as vítimas, Paulo Daniel e Matusalém, que não têm ligação com essa subtração, que seria por outro funcionário. Então, a partir disso, ele já começa a atuar, mantendo esses funcionários em cárcere privado, depois, provavelmente, evoluindo para a tortura até o duplo homicídio de Matusalém e Paulo Daniel.”
Nova audiência
Uma nova audiência está agendada para o dia 17 de setembro, às 8h30, no mesmo local. Na ocasião, uma testemunha considerada chave pela acusação deve ser ouvida. O processo segue em tramitação no 1º Juízo da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Salvador.