Uma das tarefas mais desafiadoras da Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização - SEAP (órgão responsável pela gestão dos presídios baianos) é impedir, de forma definitiva, que os internos tenham acesso a aparelhos celulares e, consequentemente, fiquem impossibilitados de manter qualquer tipo de contato com parceiros que estão do lado de fora.
Apesar dos questionamentos por parte da população, em especial, sobre como esses itens chegam até os custodiados, esse não é um cenário presente apenas na Bahia. Não à toa que na última segunda-feira (11), o Ministério da Justiça e Segurança Pública deflagrou a 'Operação Mute' que, até esta quinta-feira (15) acontece, simultaneamente, em todo o país, com objetivo de identificar e retirar objetos ilícitos de estruturas prisionais.
Em entrevista exclusiva ao Portal Massa!, o secretário da Seap José Antônio Maia Gonçalves explicou que nesse primeiro momento as varreduras acontecem apenas em uma unidade prisional por estado. "O Ministério pediu que todas as Seaps indicassem um presídio. Aqui na Bahia indicamos o Conjunto Penal de Feira de Santana porque é o maior do estado. Durante esses dias já revistamos nove, dos 11 pavilhões desse presídio", declarou o secretário.
Ainda de acordo com o gestor, os custodiados estão cada vez mais criativos nas escolhas pelos esconderijos dos objetos. Segundo ele, os internos têm usado da criatividade para camuflar os materiais, sobretudo, os celulares. "Nossa inteligência não para de atuar. Agimos para localizar e extrair esses aparelhos dos locais mais inusitados. Já localizamos celulares no solo, no teto, no chuveiro, colchões, em balde com fundo falso. Mas estamos atentos e trabalhando em cima da criatividade deles", garantiu José Antônio.
Só no primeiro dia de operação mais de 40 celulares e 27 facas, além de outros itens ilegais, foram localizados nas celas e espaços do Conjunto Penal de Feira de Santana.
Também na entrevista, o secretário revelou que o Governo do Estado está estudando a possibilidade de adquirir bloqueadores mais modernos e eficazes.
Quebrança para as facções
O gestor da Seap também fez questão de frizar que, para cada celular apreendido nos presídios baianos, há também um baque para as organizações criminosas, já que os esquemas planejados acabam frustrados e os telefones são vistoriados, facilitando a identificação dos envolvidos.
"Quando apreendemos qualquer celular o aparelho vai para o nosso departamento de inteligência onde passa por uma extração de conversas e todo tipo de comunicação feito naquele aparelho. Após esse trâmite, ele fica acondicionado".