O pastor Joel Miranda foi o primeiro dos acusados pela morte de Lucas Terra a ser interrogado pela juíza Andrea Teixeira Lima Sarmento Netto neste terceiro dia do julgamento. E destoou dos relatos das testemunhas.
Durante as oitivas, mais de uma testemunha relatou um convívio fechado entre os membros da igreja. Laços de amizade. Laços de família. Questionado pelo promotor Davi Gallo sobre esses laços, Joel foi na contramão.
"Não saio para jantar, nem para passear (com pastores). Eu saio para jantar com minha esposa", respondeu de forma enfática. "E com Beljair?", questionou o líder da acusação. A resposta do réu foi seca: "também não".
Curiosamente, Joel era pastor titular da Igreja Universal no bairro do Rio Vermelho em 2001, quando Lucas Terra foi brutalmente assassinado, além de ter o corpo queimado e abandonado num terreno baldio na Vasco da Gama.
A unidade comandada por Joel era responsável pela a Igreja Universal sediada no bairro da Santa Cruz, a qual o pastor Beljair Santos era titular. A mesma unidade frequentada por Lucas Terra, sob comando do mesmo pastor Beljair que Joel confirmou ter morado junto.
"Ele (Beljair) morou na minha casa por curto tempo até encontrar um lugar para ficar. Foi meu hóspede", relatou.
O mesmo Beljair que a promotoria acusou de perjúrio ao relatar que "só conhecia os acusados de vista", que nos autos anteriores havia informado único endereço em Salvador num condomínio na Avenida Paralela, para em seguida afirmar que morou com a esposa "por três meses na casa do pastor Joel, no Parque Júlio César, na Pituba".
Vale ressaltar que consta nos autos do processo como motivação do crime uma relação sexual entre Joel e o pastor regional Fernando Aparecido da Silva flagrada por Lucas Terra.
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