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Passa nada - 25/04/2025, 06:15 - Amanda Souza - Atualizado em 25/04/2025, 06:42

Mounjaro: 'canetas do emagrecimento' engordam contrabando lucrativo em Salvador

Com princípio ativo tirzepatida, o Mounjaro é aprovado pela Anvisa para o tratamento do diabetes tipo 2

Material apreendido com o francês
Material apreendido com o francês |  Foto: Divulgação/Receita Federal

Mais de 60 canetas do medicamento Mounjaro foram apreendidas pela Receita Federal na noite da última quarta-feira (23), no Aeroporto Internacional de Salvador. O material estava na mochila de um passageiro de 21 anos, de nacionalidade francesa, que saiu da Irlanda.

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Com princípio ativo tirzepatida, o Mounjaro é aprovado pela Anvisa para o tratamento do diabetes tipo 2. No entanto, devido à sua ação nos hormônios que regulam a digestão e a saciedade, muitas pessoas estão buscando o medicamento para emagrecimento, ainda que não tenham diagnóstico de sobrepeso ou obesidade.

Essa busca pelo medicamento do momento tem gerado tentativas ilegais de entrada no Brasil. Isso porque a comercialização do produto no país é proibida, e sua importação só pode ser feita por pessoa física com receita médica.

O medicamento foi autorizado para venda no país em setembro de 2023, mas a chegada às farmácias está prevista para 7 de junho de 2025, mediante retenção de receita

Segundo Luiz Wilson Noronha, auditor fiscal da Receita Federal e inspetor do Aeroporto Internacional de Salvador, o contrabando desse medicamento pode ser bastante lucrativo, o que justificaria as incessantes tentativas de entrar no país com as canetas. Desde fevereiro de 2024, 11 mil canetas do Mounjaro já foram apreendidas em aeroportos de todo o país.

“Atualmente, o Mounjaro é vendido na Europa por valores entre € 200 e € 400, dependendo da dose. No Brasil, seu custo de importação gira em torno de R$ 2 mil a R$ 2.500, mas pode ser revendido por até o dobro. Há clínicas que comercializam o tratamento por até R$ 10 mil”, explica o inspetor.

Questão de saúde

É importante destacar que a busca por esse medicamento de maneira irresponsável pode colocar a saúde do indivíduo em risco. A médica endocrinologista Sandra Maiana Lopes garante que o medicamento é seguro e eficaz, tanto no tratamento do diabetes quanto para efeitos de emagrecimento, mas deve ser usado sob prescrição médica.

“Pode causar náuseas, vômitos, constipação, desidratação. Também tem contraindicações, como gravidez, amamentação, carcinoma medular da tireoide e retinopatia diabética”. Ela ainda destacou o problema de comprar o remédio que chegou ao país de maneira ilegal. “O Mounjaro deve ser importado por uma empresa oficial, que garanta as condições de transporte, pois precisa ser mantido refrigerado. Não pode ser comercializado por autônomos”.

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