O vendedor ambulante, agredido com um tapa no rosto por um Guarda Civil Municipal na noite de quinta-feira (28), no bairro Santo Antônio Além do Carmo, em Salvador, fez um forte desabafo sobre a abordagem. Após o caso ganhar as redes sociais, a Guarda Municipal de Salvador repudiou a conduta do agente e afirmou que o caso será investigado pela Corregedoria.
Em seu perfil no Instagram, Raul Neto falou que está se sentindo impotente diante da agressão e garantiu que a situação não ficará impune, pois "mexeram com quem vai atrás".
"A ficha ainda não caiu totalmente, sabe? Sentimento de vulnerabilidade, de impotência. A gente busca fazer o certo e é atrapalhado de fazer o certo. Eu fui questionado hoje sobre o Alvará, porque eu não tinha licença. Só que na hora eu não fui questionado [pelos guardas municipais]", iniciou o vendedor ambulante ainda abalado com o fato.
Trabalhador conta a sua versão do caso
Em seguida, Raul Neto afirmou que os agentes da Guarda Municipal mexeram em sua mercadoria e retiraram sua banca de coquetel alcoólico da rua sem verificar se ele tinha a licença para comercializar no local.
"A licença é feita para a fiscalização. A pessoa vai chegar para você e vai perguntar se você tem a licença, só que eu não fui fiscalizado, fui hostilizado, agredido, violentado. Me senti em estado de vergonha total. A gente se coloca nesse estado de vergonha, né? Mas a gente não deve ficar envergonhado trabalhando. Acho que esse é o último sentimento que um trabalhador deveria sentir, é o de vergonha, mas os caras colocam a gente nessa situação."
Ambulante fala em Justiça
Por fim, o vendedor ambulante garantiu que o tapa no rosto dado por um agente da Guarda Municipal de Salvador não ficará impune, pois "mexeram com quem vai atrás".
"Só que isso não fica a mercê do tempo, porque eles não mexeram com qualquer um, tá ligado? Eles já mexeram com qualquer um antes, mas dessa vez não. Dessa vez eles mexeram com alguém que vai atrás, tá ligado? Eles mexeram com alguém que vai revolucionar a parada", finalizou Raul Neto.
Corregedoria vai apurar
Em nota a Guarda Civil Municipal afirmou que tomou conhecimento do caso e alegou "não compactuar com nenhuma ação que ultrapasse os princípios legais". Ainda de acordo com a GCM, "as imagens serão encaminhadas para a Corregedoria" para que "as devidas apurações sejam realizadas".
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