Um médico peruano chamado Luís Gonzalo Velarde Acosta, de 38 anos, foi acusado por oito profissionais da saúde de praticar violência física, psicológica, virtual e patrimonial enquanto atuou no Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) de Salvador, entre os anos de 2018 e 2024. Ele foi afastado de suas funções, por três meses, enquanto as denúncias são investigadas.
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As vítimas, todas profissionais de saúde, incluem sete ex-companheiras com quem Luís Gonzalo manteve relacionamentos nos últimos anos, além de uma que o denunciou por assédio. De acordo com informações da TV Bahia, três denunciantes têm medidas protetivas contra o médico, duas se afastaram do trabalho por medo de atuar ao lado dele, uma tenta o afastamento, e outras duas ainda permanecem no serviço.
Uma das vítimas, que preferiu não revelar a identidade, contou que foi agredida no rosto pelo suspeito, além de ter sido trancada no apartamento e ter as roupas rasgadas pelo médico quando ele teve um suposto ataque de ciúmes.
Uma outra denunciante, que também pediu para não ser identificada, disse ter sido empurrada da escada do prédio e expulsa do imóvel pelo peruano, pois não queria que ela assistisse à televisão. Ele também jogou as roupas dela na escada do prédio, pelo mesmo motivo.
"Ele se aborreceu porque eu liguei a televisão, segundo ele o volume estava alto, e pegou todas as minhas roupas e jogou na escada do prédio. Disse para eu ir embora e chegou a me empurrar", relatou a ex-companheira do agressor.
O médico foi afastado por três meses pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Já as denúncias foram encaminhadas para análises da Procuradoria Geral do Município (PGM).
Um mês depois, a PGM sugeriu que caberia à chefia médica do Samu o cumprimento das medidas protetivas no ambiente de trabalho e ao invés da suspensão total do contrato, fossem adotadas medidas que permitissem o exercício de trabalho de Luís Gonzalo, para evitar contato com as vítimas.
Com isso, as vítimas passaram a temer o retorno do médico aos trabalhos. No último final de semana, um manifesto foi encaminhado para a SMS com a solicitação de medidas cabíveis para que elas possam desempenhar os trabalhos delas em ambiente seguro, respeitoso e sem riscos à integridade física e psicológica.
Através de nota, a SMS reafirmou a decisão de afastamento do profissional, disse que não foi acionada pela Justiça para adotar medidas protetivas, mas ainda assim optou por afastar o médico após receber as denúncias.
Questionada sobre a recomendação do retorno do médico ao trabalho, o órgão afirmou que respeita o exercício da ampla defesa do contraditório, uma vez que ainda vai ocorrer o julgamento e a finalização da investigação, mas destacou que o que segue válido é o afastamento do profissional.
Em resposta, a defesa do médico disse reconhecer a denúncia de apenas uma ex-companheira do cliente, e afirmou ainda que as reclamações são mentirosas e feitas para manchar a imagem de Luís Gonzalo.