
Acusado de violência psicológica e abuso sexual, Marcius Melhem teria criado uma rede de misoginia on-line para atacar as mulheres que o denunciaram. Ao menos é o que diz o NetLab, Laboratório de Estudos de Internet e Mídias Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
O estudo foi feito com a análise de quase 78 mil publicações de redes sociais e de reportagens, entre dezembro de 2020 e junho de 2023. Nelas, são mencionadas palavras-chaves referentes ao caso, como o nome do humorista e o de Dani Calabresa, que o denunciou.
A pesquisa da UFRJ foi incluída nos autos do processo e por isso complicou a situação do ex-diretor de humor da TV Globo no Ministério Público de São Paulo (MP-SP), que solicitou os dados para serem verificados como possível prova da prática do crime.
Marcius Melhem questionou a competência do MP para investigá-lo no caso, prática parecida com a estratégia que adotou no Rio de Janeiro, quando tentou evitar que uma promotora especializada na apuração de crimes sexuais auxiliasse nas apurações.
No caso do Rio de Janeiro, Melhem se tornou réu por assédio sexual, enquanto em SP é acusado de praticar violência psicológica.