A líder quilombola e coordenadora nacional de Articulação de Quilombos, Bernadete Pacífico, estava sob proteção da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos da Bahia (SJDH) há pelo menos dois anos. A revelação foi feita nesta sexta-feira (18), pelo advogado da família, David Mendez.
"Ela entrou no programa há dois anos. Bernadete recebia ameaças de várias frentes, que foram intensificadas quando madeireiros ilegais passaram a ameaçá-la. Ela sempre deixou claro os riscos que corria e ficou sob o programa a pedido dela mesma", detalhou o advogado.
Cerca de quinze dias antes do assassinato, na noite de quinta-feira (17) na presença dos três netos, Mãe Bernadete havia se queixado de tiros disparados para o alto em frente à casa dela durante a madrugada.
O episódio fez Mendez questionar a eficiência da segurança disponibilizada a ela. "A proteção do estado era só uma ronda simbólica. Uma viatura da PM ia lá uma vez por dia, geralmente no final da tarde, falava com ela e ia embora. Que segurança é essa?”
O corpo de Mãe Bernadete será velado e enterrado no Quilombo Pitanga dos Palmares, em Simões Filho, região Metropolitana de Salvador.