O Primeiro Comando da Capital (PCC) teve um 'vazamento' de informações através de cartas encontradas em Presidente Venceslau, prisão de segurança máxima no interior de São Paulo. As anotações foram localizadas no esgoto da Penitenciária 2 e atribuem a facção criminosa a diversos crimes.
Nas cartas, aparecem assuntos delicados tratados pelo PCC, como ataques contra agentes públicos e organizações rivais, além tráfico de drogas e de armas. O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) liga as anotações a sete líderes da facção, com esses delitos acontecendo no Brasil inteiro.
Esses chefões são responsáveis pela célula do PCC conhecida como a 'Sintonia dos Estados e Países', que comanda os integrantes e as ações da facção em outros locais do país.
A maior parte do material foi escrito por Célio Marcelo da Silva, o Bin Laden, criminoso acusado de ordenar pelo menos 14 sequestros, entre eles, o da mãe do ex-jogador Robinho, em 2004, e o da filha do reitor da Universidade de Alfenas, em Minas Gerais.
Além de Bin Laden, foram condenados no processo os líderes Rogério Araújo Taschini, o Rogerinho; Cláudio Barbará da Silva, o Barbará; Almir Rodrigues Ferreira, o Nenê do Simioni; Reginaldo do Nascimento, o Jatobá; José de Arimatéia Pereira Faria Carvalho, o Pequeno; e Cristiano Dias Gangi, o Crisão.
Todas as cartas foram localização depois da instalação de telas de contenção nos dutos da rede esgoto da prisão, em março de 2017. O material manuscrito foi utilizado na condenação dos integrantes a mais 12 anos de prisão.