O homem considerado líder de uma facção criminosa, que tinha como principal área de atuação o bairro do Iapi e que morreu durante a megaoperação contra o tráfico de drogas deflagrada na manhã desta quarta-feira, 9, em Salvador, acumulava ao menos oito homicídios e uma extensa ficha na vida do crime. As informações foram divulgadas durante entrevista coletiva na sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
De acordo com a diretora do DHPP, delegada Andréa Ribeiro, um dos alvos da operação batizada de "Murus", Cristiano Silva dos Santos, o "Cris do Murão", era o principal líder da facção.
"Esse indivíduo vinha sendo acompanhado por nossas equipes desde o ano passado. Ele é a principal liderança do grupo. Era voz de comando para várias dessas ações que foram aqui pontuadas, os seus subordinados agiam sob suas ordens, era ele quem determinava a vida ou a morte dentro da comunidade, então um indivíduo de altíssima periculosidade que acabou morrendo em confronto com equipes da polícia civil".
A delegada também salientou que a facção criminosa alvo da megaoperação planejava expandir a área de atuação na capital baiana. "É uma operação que chega num momento oportuno em que esse grupo criminoso, alcançado na data de hoje, tenta expandir a sua atuação aqui na capital e em outros pontos aqui do nosso estado [...] Ele mereceu a nossa atenção justamente porque tinha essa liderança. Era um indivíduo que conseguia mobilizar e regimentar indivíduos para esse tipo de expansão de suas atividades", disse a policial.
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"Ele era apontado como principal fornecedor de drogas e armas para a atuação desse grupo criminoso ali na região do Iapi, onde existe um conglomerado de localidades como Murão, Bem Amado, Floresta, Milho e Brongo, complexo de localidades de onde partiam diversos bondes que atacavam indivíduos de lugares que eles visualizavam dominar também", completou.
Ao todo, 10 mandados de prisão foram cumpridos, sendo que dois já estavam no sistema prisional. Entre os presos, duas mulheres. Dezenove mandados de buscas e apreensão também foram executados e resultaram no sequestro de quatro carros (duster, uno e dois celtas) e duas motos, sendo que três possuíam busca judicial e um ocorreu no curso da operação por uso indevido (não havia registro de roubo, furto ou qualquer outra legalidade).
Além de Cris do Murão, um outro integrante do grupo criminoso também acabou morrendo em confronto com a polícia: o homem de prenome Douglas, que ocupava função de confiança dentro da organização.
"Douglas era tido como uma das pessoas de confiança da grande liderança do grupo, um indivíduo também que estava com um mandado de prisão preventiva decretada no curso da investigação. Ele acabava fazendo com que as ordens fossem cumpridas. Então, ele fazia essa intermediação entre as ordens da grande liderança com os indivíduos que efetivamente iriam vender a droga aqui na pista, como se chama", concluiu a delegada.