
O advogado Antônio Pereira dos Santos Filho, que defende Helder Andrade Santos, acusado de matar Stephanie Silva Santos de Souza, não compareceu ao Fórum da Comarca de Simões Filho, na região metropolitana de Salvador, onde iria acontecer, na manhã desta segunda (11), o Júri popular do caso.
No domingo à noite (10), Antônio juntou ao processo um atestado médico de quatro dias por ter realizado uma extração de dente na última sexta (8).
De acordo com informações de Matheus Biset, que defende a família da vítima, o juiz Murilo de Castro Oliveira tentou contato com o advogado do réu, mas não obteve sucesso.
Em despacho, o juiz remarcou o Júri para o dia 9 de outubro e intimou o réu a constituir mais um advogado, para não haver risco de nova remarcação.
“Considerando que o réu encontra-se preso e que é a segunda vez que seu defensor constituído solicita adiamento na véspera da sessão plenária, redesigno a sessão do júri para o dia 09 de outubro de 2023, às 09:00 horas. Em tempo, intime-se o réu para que constitua mais um patrono, no prazo de 5 dias, a fim de que não haja risco de pedido de nova remarcação, constando do mandado que será nomeada a Defensora Pública em caso de silêncio”.
O advogado ficou surpreso com o novo adiamento do Júri, marcado inicialmente para 10 de julho e remarcado para hoje.
“Lamentamos que, mais uma vez, o Júri tenha sido adiado a pedido da defesa do réu. Esperamos que não sejamos mais surpreendidos com novo adiamento, já que o assassinato de Stephanie aconteceu há mais de 5 anos e esse caso precisa ser solucionado pra que a justiça seja feita”, declarou Biset.
ENTENDA O CASO
No dia 28 de maio de 2018, Stephanie Silva Santos de Souza, de 19 anos, foi morta por Helder Andrade Santos. Ela foi esganada e asfixiada, e depois teve seu corpo jogado em um terreno abandonado no município de Simões Filho, na região metropolitana de Salvador.
Stephanie era estudante do 1º ano do Colégio Estadual Desembargador Pedro Ribeiro, em São Caetano, bairro onde morava, e desapareceu por volta das 13h30 a poucos metros de casa. Segundo a família da jovem, câmeras de segurança do bairro chegaram a registrar a vítima a caminho do colégio.

De acordo com Biset, as investigações duraram mais de dois anos, até que o delegado teve acesso às informações da quebra de sigilo telefônico de Stephanie e do réu. Foi constatado que, antes de ser encontrada morta, a vítima teria falado com Helder três vezes.
“A quebra do sigilo telefônico de Hélder também comprovou que o réu esteve, no mesmo dia, no local onde o corpo da vítima foi encontrado”, completou o advogado Matheus Biset.