O pai do adolescente de 15 anos atropelado por um médico no Parque da Cidade, em Salvador, na noite de quarta-feira (26), contou que o filho afirmou que foi perseguido, atropelado de propósito e agredido pelo profissional de saúde, após ter sido confundido como assaltante enquanto praticava esporte no local público.
"Ele estava chorando o tempo todo, dizendo que não entendeu o motivo disso, pois não estava fazendo mais nada. Simplesmente ele estava treinando, correndo junto com mais três colegas, quando de repente viu um carro se aproximar na frente do Parque da Cidade, [que] passou a segui-lo", detalhou Flávio Conceição em entrevista à TV Bahia.
Em seguida, ele pontuou que o adolescente contou que além de ser sido atropelado, teve o braço entortado por um dos condutores do veículo. "O carro foi de encontro a ele, bateu na mureta e chegou a atingir a perna dele. Os condutores desceram do veículo, entortaram o braço dele e disseram: 'Ou você fala ou vai morrer'", acrescentou seu Flávio, ressaltando que um dos envolvidos questionou se o atleta havia sido o responsável pelo assalto.
A mãe do adolescente atropelado, que o acompanhou durante o exame de corpo delito na manhã desta quinta (27) no Departamento de Polícia Técnica (DPT), deu sobre o estado de saúde dele. "[A médica] avaliou e pediu para observarmos se ele vai continuar sentindo dor, porque não tem nenhuma lesão aparente, mas que é para voltarmos daqui a 30 dias para ela [avaliar] o joelho [do meu filho]", informou dona Dona Nilma.
Por fim, a matriarca afirmou que o médico não teria tido a mesma atitude se tivesse se deparado com jovens de classe média praticando esporte no local. "Com certeza não, até porque ele sabe que consequências aconteceriam", completou bastante abalada com o episódio.
Suspeito é ouvido e liberado
De acordo com a Policia Civil, o suspeito, que teria contado para guardas municipais que atuavam no local, que avançou com o carro de forma intencional, foi ouvido e liberado. Ele vai responder a um inquérito policial.
Segundo informações da Guarda Municipal, um familiar do motorista foi roubado em frente ao Shopping Itaigara, pouco antes do atropelamento. Diante da situação, ele foi até o parque, que fica perto do shopping, para procurar o suposto criminoso, pois acreditava que a fuga havia sido em direção ao local.