Uma adolescente de 16 anos foi feita refém por um homem armado, na manhã desta segunda-feira (17), em Tancredo Neves, na capital baiana. Segundo a Polícia Civil, a vítima foi liberada sem ferimentos após quatro horas de cárcere privado.
Uma equipe da 23ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM) negociou a liberação da adolescente e a prisão do suspeito. O resgate aconteceu por volta das 8h.
A Polícia Militar informou que a situação aconteceu na Rua Carla, no fim de linha do bairro. A vítima, identificada como Jéssica, estava sozinha com o suspeito dentro do imóvel. Foram encontradas uma espingarda, uma pistola e muita munição. O homem ainda teria jogado a arma de grosso calibre na casa da vizinha, na tenatativa de se livrar do artefato.
Segundo o major Luciano Jorge, da 37ª CIPM, o cárcere de Jéssica começou com um fato inusitado: o criminoso botou a cara na rua, por volta de 4h da madrugada, no exato momento em que uma guarnição da Rondesp passava pelo local. Ao avistar a viatura ele reagiu, chegou a trocar tiros, retornou para a casa onde estava e a fez refém por mais de 4 horas.
Pedido de ajuda
De acordo com relatos de familiares da adolescente, a garota ligou para a avó com pedido de ajuda. Ela contou que estava mantida refém e que só seria liberada após a chegada da imprensa no local.
"Normalmente há esse pedido e a PM aciona a imprensa para que haja velocidade na resolução da questão e seja feita a prisão do criminoso de forma íntegra", explicou o major.
Namoro revelado
Durante as negociações com a polícia surgiu a informação de Jéssica e o criminoso eram namorados. O relacionamento foi confirmado por familiares à Polícia Militar. A mãe disse que não sabia dessa relação e tomou conhecimento após ela ser feita refém.
Violência recorrente
O bairro de Tancredo Neves foi um dos três que teve a segurança reforçada na última semana após atos de violência. Na quarta-feira (12), uma criança de seis anos, uma idosa e dois adultos também foram feitos reféns na localidade. O sequestro durou cerca de sete horas e os quatro suspeitos envolvidos foram presos pela polícia.
Questionado sobre a recorrência dos casos de cárcere, o major Luciano foi enfático: "Com o cinturão que colocamos no entorno do bairro isso era esperado".
No mesmo dia e bairro em que a família foi feita refém, três homens foram baleados após um confronto com policiais militares. Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA), um fuzil e grande quantidade de drogas foram apreendidos, durante a Operação Intensificação.