Nos últimos meses, os crimes digitais têm se tornado cada vez mais frequentes nas contas de redes sociais, especialmente no que se refere a invasões. Criminosos, após assumirem o controle de perfis, começam a anunciar produtos e serviços financeiros com promessas de alto retorno, fazendo com que seguidores acreditem estar lidando com o verdadeiro dono da conta e realizem transferências bancárias.
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Diante da crescente vulnerabilidade dos perfis, o Portal MASSA! buscou especialistas para entender como proteger contas nas redes sociais e torná-las menos suscetíveis a ataques, evitando prejuízos tanto para o dono do perfil quanto para seus seguidores.
O especialista em proteção e recuperação de contas Ítalo Botelho e a advogada Jamille Gama oferecem dicas sobre como prevenir esses ataques e o que fazer caso sua conta seja alvo.
Nada de deixar a conta vulnerável! Se ligue
Ítalo Botelho destaca que o uso de senhas fracas e repetidas, a ausência de autenticação em dois fatores e o acesso a redes Wi-Fi públicas são as maiores brechas exploradas pelos hackers.
Ele também ressalta a importância de utilizar métodos de autenticação mais seguros, como aplicativos autenticadores, em vez de confiar no envio de códigos por SMS, que podem ser interceptados.
Para evitar essas vulnerabilidades, os usuários devem criar senhas fortes e únicas para cada acesso, utilizando uma combinação de letras, números e símbolos. [...] Senhas fortes e a autenticação em dois fatores são eficazes na prevenção de invasões, mas é crucial que a autenticação seja implementada corretamente e em todos os acessos vinculados à conta, como e-mail, redes sociais e aplicativos bancários.
Ítalo Botelho, especialista em recuperação e proteção de contas
Sinais de invasão e ação imediata
Ao perceber sinais de invasão, como tentativas de login não reconhecidas ou postagens que não foram feitas por você, é crucial agir rapidamente.
"Alguns sinais podem indicar que sua conta está comprometida, como tentativas de login suspeitas, recebimento de e-mails de redefinição de senha que você não solicitou, atividades incomuns em sua conta, como postagens e mensagens que você não fez, e o bloqueio de acesso à conta", diz Ítalo.
A regra é: se você notar qualquer atividade suspeita, mude a sua senha imediatamente! "Se possível, faça logout de todos os dispositivos que não reconhece", alerta o especialista.
Como se proteger e agir em caso de invasão
Além de adotar práticas de segurança, como senhas fortes e autenticação em dois fatores, a advogada Jamille Gama reforça que, em caso de invasão, o primeiro passo é registrar a denúncia junto à plataforma e fazer um boletim de ocorrência.
"Registre denúncias junto à plataforma e boletim de ocorrência, busque por auxílio jurídico para ingressar com ação de reparação de danos (morais e materiais) ou recuperação de contas, e, em caso que a autoria seja conhecida através da quebra do IP, há possibilidade da responsabilização criminal", explica a advogada.
Jamille alerta ainda sobre os cuidados que os usuários devem ter em geral, de maneira que as pessoas não caiam nos golpes aplicados pelos criminosos invasores de contas.
A maior e melhor forma de proteção ainda é a prevenção. Antes de fazer qualquer negociação, certificar se a empresa possui CNPJ ativo, departamento jurídico no Brasil e verificar o Whois sobre quem são os proprietários daquele domínio. Em caso de compra com pessoas físicas, a segurança deve ser ainda maior, evitar fazer pagamentos ou envio de dados pessoais previamente, além de não efetuar pagamentos na conta de terceiros.
Jamille Gama, advogada
A legislação brasileira e a proteção digital
Com o avanço dos crimes cibernéticos, a legislação brasileira também tem se atualizado. A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e o Marco Civil da Internet são mecanismos que ajudam a proteger os cidadãos e tornam as plataformas digitais mais responsáveis pela segurança dos dados.
"O direito penal se atualiza através de mudanças no código, súmulas e jurisprudências visando coibir essas práticas, assim, após conhecimento da autoria, o Modus operandi é o fator determinante para o correto enquadramento na lei penal. ", afirma Jamille.
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