A família de Igor Santos, de 29 anos, nega a versão da Polícia Militar, de que o homem morreu após um confronto durante uma operação no bairro do Costa Azul, em Salvador. Os familiares contam que o morador voltava da faculdade quando foi atingido.
"Meu filho não era assaltante, ladrão, era um pai de família trabalhador e fazia faculdade. Por que isso com meu filho? Só por que era negro que o escolheram para matar? Isso aí não vai ficar assim. Eu quero justiça", disse a mãe de Igor Santos, Zilma dos Anjos Pinto, em entrevista à TV Bahia.
A corporação confirmou que Igor Santos tinha quatro filhos, estudava ciências contábeis e não tinha envolvimento com crimes. A família dele pretende registrar uma ocorrência Corregedoria da Polícia Militar, nesta segunda-feira (17).
O corpo de Igor Santos foi sepultado no Cemitério Quinta dos Lázaros ontem (16). Dois protestos foram realizados por parentes e amigos dele. "No dia que morreu ele falou que ia guardar a mochila e ia voltar para comer cozido. Falei para não demorar, porque era dia que enche, mas não levou nem 10 minutos", lamentou a vizinha do homem.
O Caso
Igor Santos e um outro homem morreram durante confronto com a Polícia Militar na sexta-feira (14), na região conhecida como "Inferninho". De acordo com a polícia, foram encontrados um revólver, uma pistola e porções de maconha e cocaína com os suspeitos. O material foi apreendido.
A PM diz ainda que a pistola achada com os homens pertence à Secretaria de Segurança Pública de Sergipe. E que a troca de tiros ocorreu após os agentes avistarem um grupo de homens armados.
Depois de serem baleados, conforme a PM, eles foram socorridos para o Hospital Geral do Estado (HGE), mas não resistiram.