A Polícia Civil fez uma série de diligências, na calada da madrugada que entrou pela manhã desta sexta-feira (22), no bairro de Águas Claras, em Salvador. Entre uma missão aqui e outra ali, seis meliantes foram de base e 15 pararam no xilindró. Todos eles integram uma facção criminosa barril dobrado.
Em depoimento na entrevista coletiva, a delegada Fernanda Asfora, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), enfatizou que a missão vinha sendo costurada há seis anos, período em que a organização criminosa era monitorada. O grupo acumula responsabilidade de 30 homicídios e atuação pesada no tráfico de drogas.
"Existem investigações que já apontavam, desde 2017, e 2018, que diversos membros desse grupo eram envolvidos em crimes de homicídio. Então, já era um grupo monitorado e, diante do crescimento do número de homicídios no bairro de Águas Claras, a gente sentiu a necessidade de planejar uma operação contra esse grupo", esclareceu.
Cinco óbitos ocorreram na região de Águas Claras, além de uma no município de Feira de Santana. Representantes das polícias Federal e Militar e Civil integraram as diligências.
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Bonde cabuloso
No meio do bonde de mortos está um dos chefes da boca do bairro: Eduardo dos Santos Cerqueira. Conhecido como "Firmino", ele é apontado como o mandante de vários homicídios ocorridos na localidade. Além dele, outro investigado, que também bateu as botas, foi Gilmar Santos de Lima, mais conhecido como "Capenga".
Capenga acumula uma extensa ficha criminal, com várias passagens por tráfico de drogas e homicídio. O homem era o gerente do tráfico na localidade de "Casinhas", em Águas Claras. A mãe do meliante também foi presa, assim como a esposa. A primeira tinha em posse drogas e R$ 8 mil, enquanto a segunda uma arma.
"Esse grupo é responsável por mais de 30 homicídios. É uma operação resultante do trabalho investigativo de mais de um ano conduzidas por equipes do DHPP, que reuniram informações de campo e utilizaram análises de dados de Inteligência e técnicas investigativas modernas, reunindo elementos de prova contra a atuação dos criminosos e permitindo a representação por medidas cautelares de prisão e busca e apreensão contra integrantes da organização", detalhou a diretora do DHPP, delegada Andréa Ribeiro.