A oitiva de testemunhas do Caso Lucas Terra entrou em modo acelerado na tarde de hoje (26) no fórum Ruy Barbosa. Com isso, Eliane Miranda e Claudineia da Silva foram parar no banco de testemunhas antes do esperado. As esposas dos réus Joel Miranda e Fernando Aparecido da Silva pareciam ter discursos alinhados.
Ambas disseram ter participação ativa nas operações da Igreja Universal, como suporte aos pastores/maridos. E, como esperado, negaram qualquer proximidade deles com Lucas Terra, o adolescente de 14 anos brutalmente assassinado em 2001, crime do qual os pastores são acusados de participação.
Eliane disse ainda que não conheceu Silvio Galiza, o pastor-auxiliar condenado em 2008 pelo assassinato do menor. "Só vi de longe algumas vezes", esquivou. Também negou qualquer contato do marido com Galiza.
Contradição
Já Claudineia, apesar de confirmar que viu Lucas Terra mais de uma vez na igreja que congregava no Rio de Janeiro, negou qualquer proximidade.
"Eu o vi pela última vez no Rio de Janeiro. Sempre na companhia da mãe (Marion) ou do pai (Carlos Terra). Quando chegamos a Salvador não o vi, nem ficamos sabendo que a família dele estava aqui ou a caminho", afirmou.
Nesse ponto a Acusação tomou a dianteira das perguntas e confrontou a versão atual dada por ela com o depoimento em audiência anterior. Nos autos, passados pela promotoria aos jurados, consta que Claudineia narra um encontro do marido com Lucas na igreja da Pituba.
Para evitar a contradição, ela recuou. "Disse que EU não tinha visto Lucas. Meu marido (Fernando) me contou que o Lucas o havia procurado querendo conversar", despistou. Segundo ela o encontro teria acontecido no estacionamento da igreja da Pituba. Fernando teria narrado a ela que "estava saindo quando Lucas o chamou", mas que "não atendeu ao garoto porque tinha um compromisso e estava com pressa".
O sinal de contradição fez Defesa e Acusação abrirem discussões mais uma vez, antecipando o que deve ser visto no debate que se aproxima. Eliane e Claudineia foram as duas últimas testemunhas a serem ouvidas. E a Defesa evitou questionar três testemunhas para acelerar o julgamento.