Foi deflagrada nesta quinta-feira a operação Bulário, que cumpriu 12 mandados contra empresários do ramo farmacêutico que fraudavam a fiscalização tributária usando laranjas no quadro de sócios.
No total, 11 mandados foram cumpridos em Feira de Santana e um em Salvador. A Operação Bulário que contou com participação da Delegacia de Crimes Econômicos e Contra a Administração Pública (DECECAP) do Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco) identificou que os investigados sonegaram mais de R$ 35 milhões. Eles tiveram os bens bloqueados - pessoa física e jurídica - e se denunciados pelo Ministério Público, poderão responder por lavagem de dinheiro, entre outros crimes.
Além dos órgãos citados acima, colaboram na força-tarefa de combate à sonegação fiscal na Bahia o Ministério Público do Estado da Bahia, a Inspetoria Fazendária de Investigação e Pesquisa (Infip), o Grupo de Atuação Especial de Combate à Sonegação Fiscal (Gaesf) e a Secretaria da Fazenda.
Márcia Pereira, delegada titular do Dececap explicou como se deu a operação. "Identificamos diversas fraudes à fiscalização tributária praticadas pelas empresas, eles utilizavam-se de laranjas no quadro societário do empreendimento, cujas pessoas jurídicas utilizadas eram posteriormente abandonadas e imediatamente sucedidas por outras, no mesmo seguimento de mercado, deixando para trás valores expressivos em débitos tributários de ICMS".
Ainda de acordo com a delegada, a investigação não é recente e as suspeitas de sonegação começaram em 2020. Cerca de dez empresas já foram identificadas, mas ao longo das investigações, este número pode aumentar.
“Esta é uma operação da força-tarefa que envolve o Ministério Público, Secretaria da Fazenda, Polícia Civil. As investigações não são recentes, não começaram agora. Estes empresários utilizam pessoas laranjas e com muitas empresas também de fachada”.
Ainda segundo informações da delegada, foram apreendidos equipamentos eletrônicos e materiais que servirão como provas para auxiliar nas investigações.
As empresas seguem sendo investigadas, e há suspeita que o grupo pode ter atuação em outro estado, que não foi informado, para não atrapalhar as investigações.